São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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FINAL/ HOJE

Fiel, grupo que cerca treinador foge dos holofotes

"Tropa de choque" de Scolari age na surdina

DOS ENVIADOS A YOKOHAMA

Na decisão da Copa hoje, contra a Alemanha, no banco de reservas do Brasil, Luiz Felipe Scolari terá, além dos atletas reservas, mais uma vez a companhia de um grupo de profissionais que ele ouve, consulta e com o qual toma em conjunto as decisões sobre o time.
O grupo, que o treinador gaúcho escolheu a dedo e impôs à CBF como condição para que aceitasse assumir a seleção em junho do ano passado, é formado por quatro pessoas: o auxiliar técnico Flávio Teixeira, o Murtosa, o preparador físico Paulo Paixão, o treinador de goleiros Carlos Pracidelli e o auxiliar de preparação física Darlan Schneider.
Participando da preparação da equipe nacional para a Copa-2002, em comum entre eles está o fato de que todos são fiéis a Scolari como um cão ao seu dono.
Murtosa é seu maior amigo no grupo. Quieto e aparentemente pouco participativo, trabalha na surdina, dando dicas e conselhos que o treinador muitas vezes aprecia. A opinião do auxiliar foi decisiva, por exemplo, para que Scolari convocasse Ricardinho para a seleção brasileira depois que Emerson foi cortado às vésperas do início do Mundial.
Treinador e escudeiro trabalham juntos há 19 anos. A parceria começou em 1983, quando Murtosa era preparador físico e Scolari dirigia o time do Brasil de Pelotas, e jamais foi interrompida.
"O professor Luiz Felipe é quem pode falar", é uma das frases que mais saem da boca do auxiliar, que tem grande receio em aparecer e ofuscar o amigo.
Paixão, que ocupou o mesmo cargo na Copa de 1998, conheceu Scolari na segunda passagem do treinador pelo Grêmio. A empatia foi grande, e o gaúcho levou o carioca para o Palmeiras.
Darlan Schneider, auxiliar de Paixão, foi o último a entrar no grupo. Sobrinho de Scolari, chegou a ter sua competência contestada durante uma passagem pelo Grêmio em 1999, o que gerou um atrito entre o atual técnico da seleção e o seu clube de coração.
O treinador de goleiros Praci- delli foi o último que Scolari conheceu, apenas no Palmeiras, em 1997. Um dos responsáveis pela boa forma de Marcos, "Carlão", como é conhecido no Santos, seu atual clube, e na seleção, prefere, como Murtosa, trabalhar quieto, evitando dar entrevistas.
Embora os quatro formem a "tropa de choque" de Scolari na seleção, os outros integrantes da comissão técnica afirmam que não há diferença de tratamento entre o grupo e eles.
"Não há distinção nenhuma. Ele tem um poder muito grande de agregar pessoas em torno de uma causa, um objetivo comum. E tudo acaba fluindo bem", elogia o fisioterapeuta Luiz Alberto Rosan, levado à seleção brasileira por Wanderley Luxemburgo e convidado a retornar pelo médico José Luiz Runco, que presta serviços para a CBF. (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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