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Portugal vivencia clima de Copa
MARISTELA DO VALLE
ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL
Os portugueses estão em clima
de Copa. Bandeiras de Portugal
ornam janelas e portas de lares e
estabelecimentos comerciais do
país inteiro, incluindo povoados
longínquos no meio do nada, como a pequeníssima Piódão, que
tem menos de cem habitantes.
Nas estradas e nas ruas, elas tremulam nas antenas de carros e caminhões e viraram acessório nas
cabeças de algumas mulheres.
Paulo Silva, responsável pelo
bar e restaurante do condomínio
e hotel Póvoa Dão, a 10 km de Viseu, diz ter colocado a bandeira na
parede por causa do presidente,
que pediu a união de Portugal na
Eurocopa. "Agora está mais fácil
ganhar. Mas o mais importante é
que tudo ocorra bem", completa,
referindo-se às manifestações de
terrorismo recentes pelo mundo.
Muitas bandeiras do país são
vendidas numa embalagem chamada Pack Hiper Portugal Continente, da rede de supermercados
homônima, ao preço de 1, e fazem parte de uma promoção que
inclui cupons premiados e outros
para concorrer a sorteios cujos
vencedores poderão visitar a sede
de uma equipe de F-1 ou assistir a
um treino de Luiz Felipe Scolari.
O técnico brasileiro, aliás, é
amado por muitos. "Scolari é um
Deus", diz Maria Jesus Bordalo
Patrão, gerente da pousada Convento do Desagravo, em Vila Pouca da Beira. "Ele conseguiu unir
todos os portugueses e eliminar
grandes países do campeonato,
como a Espanha. Já atingimos o
que queríamos e não nos importamos de perder." E o recepcionista do Pousada Conde de Ourém, em Vila Nova de Ourém (120
km de Lisboa), está confiante.
"Fiquei bravo no começo porque ele não convocou o Vitor
Baía. Mas vai ser como na Copa,
quando ele não convocou o Romário e o Brasil foi campeão."
Na TV, o noticiário só fala em
futebol, e Scolari protagoniza várias reportagens. Domingo, por
exemplo, um telejornal mostrou
homenagem de pescadores que
enfeitaram seus barcos com bandeiras de Portugal e diziam depositar esperanças nele. E o repórter
concluía assim: "Scolari, siga os
exemplos dos homens do mar e
não naufrague na tempestade."
Os mais críticos consideram um
absurdo o salário do técnico, mesmo com os resultados que têm
obtido, e gostariam que ele saísse.
A jornalista Maristela do Valle viaja a
convite do Icep, da Varig e das Pousadas
de Portugal
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