São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Portugal vivencia clima de Copa

MARISTELA DO VALLE
ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL

Os portugueses estão em clima de Copa. Bandeiras de Portugal ornam janelas e portas de lares e estabelecimentos comerciais do país inteiro, incluindo povoados longínquos no meio do nada, como a pequeníssima Piódão, que tem menos de cem habitantes.
Nas estradas e nas ruas, elas tremulam nas antenas de carros e caminhões e viraram acessório nas cabeças de algumas mulheres.
Paulo Silva, responsável pelo bar e restaurante do condomínio e hotel Póvoa Dão, a 10 km de Viseu, diz ter colocado a bandeira na parede por causa do presidente, que pediu a união de Portugal na Eurocopa. "Agora está mais fácil ganhar. Mas o mais importante é que tudo ocorra bem", completa, referindo-se às manifestações de terrorismo recentes pelo mundo.
Muitas bandeiras do país são vendidas numa embalagem chamada Pack Hiper Portugal Continente, da rede de supermercados homônima, ao preço de 1, e fazem parte de uma promoção que inclui cupons premiados e outros para concorrer a sorteios cujos vencedores poderão visitar a sede de uma equipe de F-1 ou assistir a um treino de Luiz Felipe Scolari.
O técnico brasileiro, aliás, é amado por muitos. "Scolari é um Deus", diz Maria Jesus Bordalo Patrão, gerente da pousada Convento do Desagravo, em Vila Pouca da Beira. "Ele conseguiu unir todos os portugueses e eliminar grandes países do campeonato, como a Espanha. Já atingimos o que queríamos e não nos importamos de perder." E o recepcionista do Pousada Conde de Ourém, em Vila Nova de Ourém (120 km de Lisboa), está confiante.
"Fiquei bravo no começo porque ele não convocou o Vitor Baía. Mas vai ser como na Copa, quando ele não convocou o Romário e o Brasil foi campeão."
Na TV, o noticiário só fala em futebol, e Scolari protagoniza várias reportagens. Domingo, por exemplo, um telejornal mostrou homenagem de pescadores que enfeitaram seus barcos com bandeiras de Portugal e diziam depositar esperanças nele. E o repórter concluía assim: "Scolari, siga os exemplos dos homens do mar e não naufrague na tempestade."
Os mais críticos consideram um absurdo o salário do técnico, mesmo com os resultados que têm obtido, e gostariam que ele saísse.


A jornalista Maristela do Valle viaja a convite do Icep, da Varig e das Pousadas de Portugal

Texto Anterior: Em trilha pior que a Copa, Scolari tenta 1ª final lusa
Próximo Texto: Rivais apostam no jogo ofensivo pelas pontas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.