São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2008

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Eurocopa volta a coroar time virtuoso

Espanha apaga sensação da última edição do torneio, quando Grécia triunfou sem brilhar, e joga bonito até na decisão

DO ENVIADO A VIENA DA REPORTAGEM LOCAL

A Eurocopa-08 acabou premiando a seleção que, durante todo o campeonato, apostou no talento para vencer as partidas.
Ao contrário da última edição, em 2004, quando os gregos deixaram a nítida impressão de que o título ficara em mãos erradas -confirmada com a não-classificação para a Copa de 2006 e com a eliminação na primeira fase da atual Euro, após três derrotas-, desta vez o campeão venceu com méritos.
"A Espanha jogou muito bem durante todo o torneio. Criou mais oportunidades na partida e mereceu a vitória", admitiu o técnico alemão Joachim Löw.
Com exceção dos primeiros 15 minutos de jogo, quando a Alemanha parecia mais serena, a Espanha foi superior no restante do confronto e poderia até ter fechado a campanha com resultado mais elástico.
Sem o artilheiro David Villa, lesionado, o técnico Luis Aragonés apostou no meio-campista Fàbregas para começar jogando. Recheou, assim, ainda mais o setor cerebral do time, que contou com atuações inspiradas de Xavi, Iniesta e Marcos Senna. David Silva, pela direita, esteve mais apagado.
Logo aos 14min, Iniesta invadiu pela esquerda e bateu cruzado. Por pouco não contou com a ajuda do zagueiro Metzelder, que desviou contra a própria meta. Lehmann salvou.
Um dos destaques da Fúria, Sergio Ramos, jogador do Real Madrid, infernizou a vida de Lahm com constantes subidas ao ataque -na etapa final, Jansen entrou para tentar ajeitar o setor esquerdo alemão, mas também não teve êxito.
Em um desses lances, aos 23min, Ramos cruzou na cabeça de Fernando Torres. O atacante do Liverpool cabeceou no pé da trave esquerda alemã.
Dez minutos depois, porém, "El Niño", como é conhecido, foi letal. Lançado por Xavi, ele ganhou na corrida de Lahm e bateu na saída do arqueiro alemão para fazer o gol.
Foi o 17º tento de Torres em 54 jogos pela seleção. A marca o coloca como o décimo maior goleador da história da Fúria -o veterano atacante Raúl, do Real Madrid, lidera essa lista, com 44 gols em 102 partidas.
"Conseguimos jogar um futebol atraente aos olhos, mas também prático", definiu o herói do título espanhol.
No lado dos tricampeões mundiais, Joachim Löw contou com o retorno de Frings ao meio-campo, recuperado da fratura na costela que o tirara de combate por duas partidas.
Ballack, que era dúvida até instantes antes da partida, tentou consagrar uma parceria com Schweinsteiger nas raras investidas alemãs. Muito mal, arriscou dois chutes, ambos sem direção. Fez cinco faltas e levou um cartão amarelo.
Na etapa complementar, Löw buscou combater a inércia de sua equipe com substituições no ataque. Tentou com o brasileiro naturalizado Kevin Kuranyi no lugar de Hitzlsperger. Depois, sacou Klose e colocou Mario Gómez.
Mas foi a Espanha quem seguiu atacando. Aragonés deu fôlego ao time ao trocar Fàbregas e David Silva por Xabi Alonso e Santi Cazorla.
"Muitas pessoas olharam para esta Espanha como um modelo de como se deve jogar futebol", disse Aragonés.
(MARCELO NINIO E RENAN CACIOLI)


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