São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fabiana Murer domina o Troféu Brasil

Atleta vence salto com vara, bate recorde sul-americano com 4,80 m, 2ª melhor marca do ano, e é eleita a nº 1 do torneio

Último dia de competição no Ibirapuera também coloca Maurren Maggi na vice-liderança do salto em distância nesta temporada

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando chegou à pista do Ibirapuera ontem por volta das 7h30, Fabiana Murer, 27, sabia que não teria adversárias no salto com vara do Troféu Brasil.
Talvez não esperasse que sua prova, uma das primeiras de ontem, às 9h30, seria a última a ser encerrada, após as 12h, com as arquibancadas já esvaziadas, finalizando o evento que definiu parte da delegação nacional para a Olimpíada de Pequim.
"É difícil ficar esperando. Mas é preciso dar oportunidade para todas participarem. Eu espero. Tenho paciência", brincou, após conquistar o título.
Fabiana realizou seu primeiro salto (4,30 m) com apenas duas rivais ainda na disputa, Joana Costa e Carolina Torres.
Sem mais adversárias após superar os 4,40 m, a solitária saltadora ultrapassou o sarrafo a 4,50 m e a 4,60 m, cravando o recorde do evento, que já era dela desde 2006 (4,57 m).
Não bastasse isso, voltou a saltar com o sarrafo a 4,70 m. Na terceira tentativa, bateu o recorde sul-americano, que também era seu (4,66 m).
Resolveu então tentar os 4,80 m. Novamente na terceira e última tentativa, Fabiana cravou a segunda melhor marca do ano. É superada pela norte-americana Jennifer Stuczynski (4,90 m). A russa Yelena Isinbayeva, recordista mundial, ainda não estreou neste ano.
"Quero saltar em Pequim ainda mais alto. Mas, se repetir essa marca [4,80 m], devo ganhar uma medalha", afirma Fabiana, bronze no Mundial indoor de Valência, em março.
A brasileira ainda tentou saltar 4,91 m. Mas acabou seguindo os conselhos do técnico Elson Miranda, preocupado com o cansaço de sua pupila, e desistiu após falhar duas vezes.
"Ela já tinha feito duas boas marcas, estava na pista há muito tempo e estava cansada. Se tentasse de novo, corria risco de se machucar", justificou ele.
"Tecnicamente hoje não há ninguém melhor no mundo do que a Fabiana. Não sendo tão forte como a Isinbayeva, ela coloca menos energia na vara para dar o mesmo salto", analisa.
O resultado também rendeu à saltadora o prêmio de melhor desempenho do Troféu Brasil.
Fabiana enfrentou concorrência forte no salto em distância, competição vencida por Maurren Maggi. Ela realizou três saltos que já renderiam o ouro (6,90 m, 6,95 m e 6,99 m).
Sua melhor marca ontem a põe em segundo lugar no ranking do ano, atrás apenas da russa Lyudmila Kolchanova.
"Estou me sentindo muito bem. Mais importante do que os 6,99 m é a regularidade dos saltos. Mantendo essa média de 6,90 m, posso ganhar medalha olímpica", vibra Maurren, que disputará eventos na Europa antes de seguir para a China.
Jadel, outro brasileiro candidato a medalha olímpica, também sobrou no salto triplo.
O triplista conseguiu ontem sua melhor marca no ano (17,28 m), que o coloca entre os seis melhores saltadores neste ano. Ainda espera melhorar seu desempenho até a Olimpíada.
"Meu objetivo é estar 100% na hora certa. Quero chegar a 17,60 m, a 17,70 m em Pequim", diz, referindo-se a marcas que o levariam ao pódio olímpico.


Texto Anterior: Música brasileira embala baile
Próximo Texto: "Genética" põe velocista em Olimpíada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.