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São Paulo, quarta-feira, 30 de julho de 2003

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FUTEBOL

Regra de desempate da Copa prevê pênaltis e pode criar situação bizarra na fase brasileira, que tem grupos com 3 times

Regulamento já bagunça Sul-Americana

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Trinta e três jogadores de braços dados na torcida por seus times. Que esporte é esse? É o futebol da Copa Sul-Americana, que começa hoje para os clubes brasileiros.
A cena bizarra pode acontecer se o regulamento da competição não for modificado pela Conmebol até o pontapé inicial dos jogos da seletiva brasileira. Por causa do inchaço promovido para encaixar 12 clubes do país no torneio, foi necessário estabelecer uma preliminar para classificar dois times para a fase continental. Foram criados, então, quatro grupos com três equipes em cada.
Mas o regulamento geral aprovado no último dia 15 pela entidade não previu o que isso poderia provocar. O critério de desempate válido para todas as etapas privilegia, em casos de empate em pontos, o saldo de gols. Em seguida, persistindo o empate, a vaga seria disputada nos pênaltis.
Assim, se cada time de um certo grupo ganhar um jogo e perder o outro pela mesma diferença de gols ficará caracterizado o imbróglio da necessidade de três times desempatarem a disputa por uma vaga nas cobranças de pênaltis.
Por exemplo: Corinthians 1 x 0 Atlético-MG; Atlético-MG 1 x 0 Fluminense; e Fluminense 1 x 0 Corinthians. Haveria empate em pontos e saldo de gols. Como colocar os três times em campo para disputar a vaga do Grupo 2 para a segunda fase? Os atleticanos iriam ao Rio para esperar o resultado de Flu x Corinthians e então saber se precisariam disputar pênaltis para seguir no torneio?
A Folha fez essa pergunta à Conmebol e aos dirigentes de Corinthians e São Paulo.
O vice-presidente corintiano, Antonio Roque Citadini, não soube esclarecer a dúvida. Conhecia a celeuma, mas advertiu que o clube não havia recebido nenhuma explicação formal da entidade.
O mesmo aconteceu com o São Paulo. O clube, inclusive, informou que havia requerido uma explicação do representante no Brasil da Conmebol, Hildo Nejar. O diretor-adjunto de futebol Edson Lapolla disse, entretanto, que viajou a Porto Alegre junto com a equipe sem ter recebido resposta.
A Conmebol ratificou a validade do regulamento, mas não respondeu aos e-mails enviados na semana passada e ontem pela reportagem. No dia 22, o porta-voz Néstor Benítez anunciou que a entidade publicaria naquela semana um ranking que serviria também como desempate. Até ontem, isso não havia acontecido.
No site oficial da entidade, www.conmebol.com existia apenas uma nota que informava ser intenção da entidade publicar um ranking por país, mas que para isso aceita sugestões.


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