São Paulo, sábado, 30 de julho de 2005

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AUTOMOBILISMO

Acordo de Button e amizade com Ferran motivam transferência

Williams abre portas para Barrichello guiar pela BAR

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE

O homem para quem Rubens Barrichello disse não dois anos atrás escancarou ontem as portas da BAR para o piloto brasileiro.
Em uma entrevista no motorhome de sua equipe, Frank Williams declarou que exercerá a opção que tem no contrato com Jenson Button e que o inglês, portanto, será seu piloto em 2006.
"Publiquem em letras maiúsculas: Jenson não está à venda. Ele tem contrato com a gente e há tempos já estamos negociando com o nome dele junto aos patrocinadores", disse o dono da Wil-liams. "O contrato é claro e direto, não há nenhuma necessidade de esclarecer ou explicar nada."
Na véspera, Button havia pedido para ficar na BAR, apesar do compromisso assumido com a Williams. A má fase do time que promoveu sua estréia na F-1, em 2000, o preocupa. "Estamos num momento de fraqueza, mas ele faz parte do nosso plano de reação."
Em minutos, a notícia se espalhou pelo paddock de Budapeste, onde ontem ocorreram os primeiros treinos para o GP da Hungria. A ponto de a própria BAR dizer que pode perder sua maior estrela. "Sabemos que dificilmente ficaremos com o Jenson", disse Geoff Willys, projetista do time.
Assim, uma das vagas mais cobiçadas da F-1 está aberta -apesar de ser a sétima no Mundial de Construtores deste ano, a BAR foi vice-campeã em 2004. E três fatores ligam a posição a Barrichello.
O primeiro, o fato de a BAR querer um piloto com bagagem, que possa ajudar no seu desenvolvimento. O segundo, a antiga amizade do ferrarista com Gil de Ferran, diretor esportivo da equipe. Por último, o estremecimento das relações entre Rubens Barrichello e a Ferrari desde o GP de Mônaco, em maio, quando ele passou a criticar Michael Schumacher e o time publicamente.
Apesar de o contrato do brasileiro com a Ferrari só terminar em dezembro de 2006, um rompimento no fim deste ano pode satisfazer os dois lados. Barrichello asseguraria vaga num time médio para correr seus últimos anos na F-1. E a escuderia italiana poderia colocar um piloto jovem -como Felipe Massa- para aprender com Schumacher em 2006, seu Mundial de despedida.
Embora tanto Barrichello como a BAR neguem qualquer conversa, a Folha apurou que as negociações estão encaminhadas.
Ironicamente, a vaga na Wil-liams que ficará com Button foi recusada por Barrichello no final de 2003, quando ele renovou com a Ferrari para ganhar US$ 6 milhões a mais por ano. Entre os dois atuais titulares do time inglês, o mais cotado para perder o lugar para o inglês é Mark Webber, que vem decepcionando.


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