|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Turma de 94" diz que Dunga focará pontaria e tática
Doze anos após o tetra, ex-atletas mantêm contato com o novo técnico do Brasil e apostam em vida dura para pupilos
Perfeccionista e contador de piadas, ex-volante, que tem jardinagem como hobby, gostava de treinos vistos como chatos por boleiros
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem só com disciplina, rigidez e cara fechada se constrói a
trajetória de Dunga na seleção
brasileira. O antes capitão e
agora treinador aproveitou sua
longa convivência com um grupo quase fixo de atletas no time
nacional para costurar amizades que duram até hoje.
Doze anos depois da conquista do tetra com a seleção de
Carlos Alberto Parreira, Márcio Santos, Ricardo Rocha, Aldair, Branco, Bebeto, Jorginho
e Taffarel ainda fazem parte da
vida de Dunga. Apesar de viver
espalhada, a "turma de 94" resiste ao tempo. E se encontra
para participar de jogos beneficentes ao redor do planeta.
Por causa dessa proximidade, os companheiros arriscam
palpites para explicar como
Dunga, que nunca comandou
um time profissional, deve agir
no novo cargo. Os amigos contam que o ex-capitão já mostrava dentro de campo a intenção
de seguir pelo caminho indicado agora pela CBF.
Nas concentrações, muitas
vezes trocava o papo com os
companheiros pela discussão
tática com o treinador.
Equilíbrio sempre foi a palavra preferida do ex-volante.
Durante os treinos, Dunga costumava cobrar dos atacantes
que voltassem para marcar.
Dos defensores, que avançassem, a fim de dar mais opções
ao sistema ofensivo.
Não é só isso, entretanto, que
os convocados da nova seleção
brasileira devem esperar.
Perfeccionista, Dunga deve
levar à prática na seleção o que
mais gostava de fazer como
atleta: treinos de chute a gol,
utilizados para aprimorar a
pontaria, e exercícios táticos,
que ajudam a definir posicionamento e quase sempre são considerados chatos por boleiros.
Contador de piadas ("de preferência sobre o Ricardo Rocha", revela o ex-lateral Jorginho) e dedicado à jardinagem
nas horas vagas, Dunga até parece ter abandonado um pouco
o estilo ranzinza que o acompanhou nos gramados. O ex-goleiro Taffarel, contudo, manda a
ducha de água fria para os que
esperam uma vida tranqüila
com o novo técnico. "Ele tem
mania de reclamar. Na seleção
não vai jogar junto com os atletas, vai reclamar junto com
eles."
(PAULO GALDIERI)
Texto Anterior: Juca Kfouri: Devagar com o andor, Dunga Próximo Texto: Tostão: Planejar não é tudo Índice
|