São Paulo, domingo, 30 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Turma de 94" diz que Dunga focará pontaria e tática

Doze anos após o tetra, ex-atletas mantêm contato com o novo técnico do Brasil e apostam em vida dura para pupilos

Perfeccionista e contador de piadas, ex-volante, que tem jardinagem como hobby, gostava de treinos vistos como chatos por boleiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem só com disciplina, rigidez e cara fechada se constrói a trajetória de Dunga na seleção brasileira. O antes capitão e agora treinador aproveitou sua longa convivência com um grupo quase fixo de atletas no time nacional para costurar amizades que duram até hoje.
Doze anos depois da conquista do tetra com a seleção de Carlos Alberto Parreira, Márcio Santos, Ricardo Rocha, Aldair, Branco, Bebeto, Jorginho e Taffarel ainda fazem parte da vida de Dunga. Apesar de viver espalhada, a "turma de 94" resiste ao tempo. E se encontra para participar de jogos beneficentes ao redor do planeta.
Por causa dessa proximidade, os companheiros arriscam palpites para explicar como Dunga, que nunca comandou um time profissional, deve agir no novo cargo. Os amigos contam que o ex-capitão já mostrava dentro de campo a intenção de seguir pelo caminho indicado agora pela CBF.
Nas concentrações, muitas vezes trocava o papo com os companheiros pela discussão tática com o treinador.
Equilíbrio sempre foi a palavra preferida do ex-volante. Durante os treinos, Dunga costumava cobrar dos atacantes que voltassem para marcar. Dos defensores, que avançassem, a fim de dar mais opções ao sistema ofensivo.
Não é só isso, entretanto, que os convocados da nova seleção brasileira devem esperar.
Perfeccionista, Dunga deve levar à prática na seleção o que mais gostava de fazer como atleta: treinos de chute a gol, utilizados para aprimorar a pontaria, e exercícios táticos, que ajudam a definir posicionamento e quase sempre são considerados chatos por boleiros.
Contador de piadas ("de preferência sobre o Ricardo Rocha", revela o ex-lateral Jorginho) e dedicado à jardinagem nas horas vagas, Dunga até parece ter abandonado um pouco o estilo ranzinza que o acompanhou nos gramados. O ex-goleiro Taffarel, contudo, manda a ducha de água fria para os que esperam uma vida tranqüila com o novo técnico. "Ele tem mania de reclamar. Na seleção não vai jogar junto com os atletas, vai reclamar junto com eles." (PAULO GALDIERI)



Texto Anterior: Juca Kfouri: Devagar com o andor, Dunga
Próximo Texto: Tostão: Planejar não é tudo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.