Cinco dias após excluir país dos Jogos de Pequim, entidade firma acordo com cartolas e anula suspensão

DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco dias após excluir o Iraque da Olimpíada, o Comitê Olímpico Internacional voltou atrás e pôs o país de volta no evento. A mudança de posição ocorreu em um acordo entre a entidade e representantes do esporte iraquiano. Assim, foi cancelada a suspensão imposta em junho ao comitê olímpico iraquiano, resultado de intervenção do governo do país.
O Iraque poderá ter dois representantes na Olimpíada, no atletismo, que é o único esporte que tinha inscrições abertas para os Jogos até ontem.
Havia outros cinco atletas classificados (no remo, no tiro com arco, no judô e no levantamento de peso). Só que foi ultrapassada a data-limite para a inscrição na última semana, e o COI já havia distribuído as vagas desses esportes. O Iraque terá direito à delegação na cerimônia de abertura, além de enviar cinco representantes do governo como observadores.
"Sempre dissemos que queríamos ter atletas iraquianos em Pequim", afirmou o presidente do COI, Jacques Rogge. "Esperamos muito ver a bandeira iraquiana em Pequim."
Em troca, o comitê iraquiano se comprometeu a fazer eleições até novembro de 2008, segundo o COI. Esse pleito será monitorado pela entidade máxima do esporte olímpico, em conjunto com o governo.
O COI disse ainda que foi restabelecida a independência do comitê iraquiano para Pequim.
Mas o governo do país diz que não alterou a composição da entidade. Dominada por xiitas, a cúpula iraquiana interveio em um dos últimos bastiões dos sunitas, o esporte.
"O Iraque nunca foi suspenso na época de Saddam [Hussein], que apontava o comitê olímpico nacional um por um", disse o membro do Ministério de Esporte e Cultura iraquiano Ahmed Rabour. O país ganhou só um bronze nos Jogos desde 1948, quando estreou.