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Governo testa segurança da Copa-14 no Brasileiro
Objetivo é experimentar a padronização do policiamento nos estádios
LUCAS FERRAZ
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA
O Brasileiro das séries A,
B, C e até D vai servir de teste
para a Copa-2014. Não só
dentro das quatro linhas mas
principalmente nas medidas
de segurança das arenas.
O governo, em parceria
com as polícias estaduais,
começa a aplicar neste ano,
em todo o país, um procedimento padrão de segurança
em preparação para a Copa.
O novo Estatuto do Torcedor, sancionado nesta semana pelo presidente Lula, foi
elaborado também para dar
um novo impulso às ações da
polícia. Na prática, todos os
crimes relacionados aos estádios agora estão tipificados e
com penas mais rigorosas, o
que dá uma "proteção legal"
para as atividades policiais.
Resta saber se sairá do papel.
A maior novidade é a previsão de banimento dos estádios, por até dois anos, de
torcedores-problema, além
de prisão para os reincidentes. A ideia é usar jogos deste
ano como laboratório para a
polícia testar a padronização
de medidas de segurança.
Entre elas, o uso de cães,
varredura dentro e fora dos
estádios, monitoramento das
torcidas, escolta das organizadas e até a interdição de
áreas próximas da arena, restringindo o acesso exclusivamente ao público torcedor.
Atualmente, cada Estado
faz a segurança à sua maneira, sem padronização -um
dos requisitos da Fifa.
O Ministério da Justiça, em
parceria com as secretarias
de Segurança Pública dos Estados, mais o Distrito Federal, elaborou um manual
com esses procedimentos, ao
qual a Folha teve acesso.
Todo esse esforço independe da CBF ou do comitê
organizador, já que a segurança será de responsabilidade do poder público.
Além disso, há o incentivo
de promover a troca de experiências. O Ministério da Justiça pretende que a Polícia
Militar de Brasília, por exemplo, tenha até 2014 o mesmo
preparo que a do Rio, acostumada com grandes jogos.
"Salvador tem o maior Carnaval de rua do planeta, e
muitas outras cidades têm jogos semanais com mais de 40
mil pessoas. Uma tarefa é levar essas experiências para
outras cidades", disse Alexandre Aragon, secretário
nacional substituto de Segurança Pública e membro da
comissão que planeja a segurança da Copa-2014.
Os cenários mais preocupantes estão em Brasília,
Cuiabá e Manaus, que raramente abrigam partidas com
mais de 40 mil torcedores.
O treinamento dos policiais e a compra de novos
equipamentos custarão R$
1,6 bilhão até 2014. O governo ainda trabalha para fechar os números com os Estados e o pacote deverá ser lançado nos próximos meses.
Os testes no Brasileiro serão a base do planejamento.
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