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Na festa do Palmeiras, Corinthians leva presente
Falha de Sérgio decreta a vitória da equipe de Tite e estraga o plano palmeirense de festejar os 90 anos com novo triunfo sobre o maior rival
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na semana em que o Palmeiras
comemorou seus 90 anos de existência foi o Corinthians quem ganhou o presente. No clássico de
ontem no Morumbi, os corintianos venceram por 1 a 0 após falha
grotesca do goleiro palmeirense
Sérgio, que rebateu mal uma bola
e deixou Jô livre para marcar.
"O jogo hoje foi decidido em
um detalhe. E o detalhe foi que eu
errei. A única coisa que posso fazer é pedir desculpas à torcida",
afirmou, abatido, o palmeirense.
Não foi a primeira vez que Sérgio errou em jogo contra o Corinthians. No Brasileiro de 2001, ele
sofreu gol olímpico de Renato e
atribuiu a falha ao sol.
Ontem, o goleiro atuou de boné,
contra o sol, mas culpou só a si
mesmo. "A bola veio rodando, e
errei o soco", disse ele, que no segundo tempo se redimiu e, com
seis grandes defesas, evitou placar
mais elástico em favor dos rivais.
O gol "doado" por Sérgio deu ao
Corinthians sua primeira vitória
em clássicos paulistas em Brasileiros de pontos corridos. A última
vitória do time nesses confrontos
ocorrera no Paulista de 2003 na final contra o São Paulo. De lá para
cá, os corintianos tinham acumulado, até ontem, cinco derrotas e
apenas dois empates.
"Mostramos que temos capacidade para ficarmos entre os primeiros", falou o corintiano Renato. "Nosso objetivo é a vaga [na
Libertadores] e, se possível, o título", completou o atacante Gil.
Para o Palmeiras, a derrota interrompeu uma série de três vitórias contra o próprio Corinthians,
o Santos e o São Paulo no primeiro turno. Jamais, em Nacionais, o
clube obtivera tal desempenho
contra os principais rivais. "Não é
essa derrota que vai nos abalar",
disse o lateral palmeirense Lúcio.
O clássico confirmou a ascensão
corintiana e brecou a subida palmeirense. O time do Parque São
Jorge, que busca uma das vagas na
Libertadores, chegou a 41 pontos
contra 47 de seu maior rival.
Os primeiros 45 minutos de
partida foram dignos de serem esquecidos, principalmente pelos
palmeirenses. Pisadas na bola de
ambas as partes, chutes bisonhos,
escorregões, muitos erros de passes e de finalizações formaram o
repertório do primeiro tempo.
O técnico Tite armou sua equipe com três zagueiros e Estevam
Soares com três volantes. O palmeirense decidiu, pouco antes da
partida, escalar Marcinho para
perseguir o corintiano Gil.
A preocupação com o sistema
defensivo neutralizou a criatividade das duas equipes.
Pelo lado do Corinthians, o
meia Fábio Baiano, bem marcado, não conseguia acionar os atacantes. No Palmeiras, Elson teve
um pouco mais de sucesso, mas
os homens de frente estavam com
os pés tortos.
Segundo o Datafolha, foram 23
passes errados de cada time na
primeira etapa. Até os 43 minutos, os palmeirenses já haviam
chutado quatro vezes a gol, e os
corintianos duas. Todas elas, porém, foram sem pontaria.
Diante desse cenário, o gol não
poderia sair de outra maneira que
não fosse mais uma trapalhada.
Fábio Baiano lançou na área para
Jô, que estava em posição duvidosa. O goleiro Sérgio tentou afastar
a bola com um soco, mas errou e
ela sobrou para o atacante corintiano, que, de cabeça, conseguiu
marcar o único gol do jogo.
No segundo tempo, o jogo apresentou ligeira melhora. O Palmeiras pressionava, mas continuava
com a pontaria ruim. Magrão, aos
3min, perdeu oportunidade na
frente de Fábio Costa ao mandar a
bola por cima do gol.
Estevam Soares decidiu abrir
sua equipe ao colocar o meia Pedrinho no lugar do lateral Baiano.
Com isso, deixou mais espaço
para Fábio Baiano, que quase fez
o segundo em chute de fora da
área, defendido por Sérgio.
Mas foi com Pedrinho que os
palmeirenses conseguiram acertar pela primeira vez o gol no jogo,
aos 28min do segundo tempo. Ele
chutou de fora da área, mas Fábio
Costa fez boa defesa.
O Corinthians continuava perigoso nos contra-ataques. Em cinco minutos, o time perdeu três
ótimas chances de ampliar, com
Gil, que livre na frente de Sérgio
chutou para fora, com Jô, que finalizou em cima da defesa, e com
Rosinei, que obrigou Sérgio a fazer grande defesa.
No final, o goleiro novamente
evitou dois gols corintianos ao defender chutes de Renato.
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