São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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Sol do Pan conquista mercado negro

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
Fátima Maia, que não quis desembolsar R$13 para ter um Cauê, observa as mascotes do Pan-Americano em camelódromo no Rio


Réplicas piratas da mascote do torneio são vendidas a R$ 13 por camelôs, quase a metade do preço do boneco oficial

Comerciantes populares exploram marca do torneio também em camisetas; organizadores afirmam que vão combater a pirataria


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Os camelôs foram rápidos. Pouco mais de um mês depois do lançamento oficial da mascote do Pan-07, bonecos e camisas de Cauê são o novo sucesso de venda nos camelódromos do Rio. No mercado popular da rua Uruguaiana, o mais famoso da cidade, o solzinho é visto com facilidade.
Na segunda, cada boneco da mascote do evento era vendido por R$ 13. Camisas com a estampa de Cauê também ganharam espaço nas bancas dos camelôs. Cada uma custa R$ 10.
"Somos muito rápidos para agradar aos nossos clientes. Este bonequinho está dando alegria para o pessoal lá de casa. Vendo pelo menos 15 deles por dia", disse um camelô, que se identificou apenas como Frank. Ele tem uma barraca de bonecos da Disney -todos piratas- na Uruguaiana, mas a mascote do Pan virou a atração.
"A criançada adorou o solzinho, e os pais estão comprando mesmo", disse o vendedor. Nos cinco minutos que Frank recebeu a reportagem da Folha, três pessoas pararam em frente da barraca para perguntar o preço do boneco. As camisas também vendem bem. Segundo a dona de uma barraca que vende a estampa da mascote do torneio, pelo menos dez delas são negociadas por dia. "Os gringos estão levando muitas delas", disse uma vendedora.
As camisas com a estampa da mascote do Pan também são vendidas no camelódromo de Madureira e na Feira de São Cristóvão, ambos na zona norte da capital fluminense.
Todos os vendedores ouvidos pela Folha se recusam a dar detalhes sobre a produção dos bonecos e das camisas da mascote dos Jogos. Eles apenas disseram que os produtos são confeccionados em São Paulo.
Os bonecos oficiais da mascote do Pan ainda não chegaram nas lojas. A Grow, que tem a exclusividade, só vende os produtos pela internet. De qualidade bem melhor do que as vendidas por camelôs, cada unidade custa R$ 32.
A Olympikus, que por sua vez tem os direitos de estampar o solzinho em peças de vestuário, informou que lançou a coleção com Cauê neste mês.
Em nota, o comitê organizador do evento relata que "está desenvolvendo ações para reduzir a ação dos vendedores e fabricantes de produtos piratas em parceria com as autoridades competentes". Informa ainda que os produtos oficiais têm um selo exclusivo, que permite clara diferenciação em relação aos falsificados.
No total, o Co-Rio espera arrecadar R$ 10 milhões com o licenciamento de todos os produtos vinculados ao Pan.
O camelódromo da Uruguaiana virou um dos pontos do turismo alternativo no Rio.
Centenas de estrangeiros freqüentam o local em busca de produtos ilegais, debochados e até mesmo exóticos.


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