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Queniano dá ouro aos EUA depois de 99 anos
Naturalizado, Lagat ganha os 1.500 m no Mundial
DA REPORTAGEM LOCAL
Os EUA voltaram conquistar
um ouro nos 1.500 m depois de
99 anos. Desde os Jogos de
Londres-1908 que os norte-americanos não venciam a prova em Mundiais ou Olimpíadas.
E, ontem, quem reconduziu o
país ao topo do pódio não foi
ninguém nascido na América.
O responsável pelo feito foi o
queniano Bernard Lagat, 32,
que também arrebatou seu primeiro ouro em Mundiais.
"Fiz um bom sprint. Isso foi
chave para a vitória Para mim,
hoje é um dia especial. Havia
esperado muito tempo por essa
medalha", comentou Lagat.
O atleta é a imagem da farra
das naturalizações que assolou
o atletismo nos últimos anos. O
meio-fundista disputou a
Olimpíada de Atenas-04 pelo
Quênia -ficou com a prata.
Radicado nos EUA, Lagat decidiu se naturalizar em 2005.
Para coibir iniciativas do gênero, a Iaaf (entidade que comanda o atletismo) o impediu de
defender seu novo país no
Mundial indoor de Moscou-06.
Apesar disso, as regras que
estabelecem um período de
elegibilidade, que vai de dois a
quatro anos, não têm refreado
um verdadeiro comércio entre
nações. As principais vítimas
são os países africanos.
O caso mais escandaloso
ocorreu em 2003, quando o Qatar naturalizou o queniano Stephen Cherono. Sob o nome de
Saif Saaeed Shaheen, ele aceitou um salário vitalício de US$
5.000 (cerca de R$ 10 mil) para
competir pelo novo país.
Não decepcionou. Pelo Qatar
bateu o recorde mundial dos
3.000 m com obstáculos em
2004. No ano seguinte, no
Mundial, encerrou longa hegemonia queniana na prova.
Ontem, Lagat enfrentou outro atleta seduzido pelos petrodólares do Oriente Médio. O
marroquino Rashid Ramzi, vice-campeão em Osaka, migrou
para o Bahrein em troca de emprego nas Forças Armadas.
No Mundial-05 arrebatou o
ouro nos 800 m e 1.500 m. Sozinho, colocou um país sem tradição no atletismo em oitavo
lugar no quadro de medalhas.
Com agências internacionais
NA TV - Mundial de atletismo
Sportv 2, ao vivo, a partir das 7h30
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