São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

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Itália chama drible, e Espanha, defesa

Terra do "calcio" investe em brasileiros do meio para a frente, e espanhóis valorizam atletas que formam a linha de trás

Ronaldinho e José Mourinho são as principais atrações do Italiano, que, no caminho inverso do Espanhol, coloca ataque e astros na berlinda


DA REPORTAGEM LOCAL

O futebol italiano, rotulado de defensivo, investiu em jogadores de ataque, drible. O futebol espanhol, mais solto, preferiu jogadores brasileiros de características mais defensivas.
Além de Ronaldinho, cujo futebol bonito já foi usado em campanha publicitária, o Italiano importou Kerlon, o ""foquinha" cruzeirense, Júlio Baptista, que atuava ofensivamente no Real Madrid, e Túlio de Melo, atacante que fez dez gols em 19 jogos no último Francês.
Chegaram também ao campeonato Felipe Melo (ex-Almería, agora Fiorentina) e Matuzalém (ex-Zaragoza, hoje Lazio), meio-campistas que chegam bem à frente. No mercado interno, a Inter de Milão apostou em Mancini, que atuava bem adiantado na Roma.
A atual campeã italiana ainda resgatou Adriano, atacante que passou o primeiro semestre se recuperando no São Paulo. A Juventus trouxe o centroavante Amauri, ex-Palermo. Até jogadores brasileiros de defesa contratados costumam contribuir com o ataque, caso do ala-direito Coelho (ex-Corinthians e Atlético-MG, hoje Bologna).
Já na Espanha, a terra do ""olé", os brasileiros que chegam têm missões mais cautelosas. Renan, goleiro da seleção de bronze em Pequim, deixou o Inter e foi para o Valencia.
Almería e Barcelona investiram em laterais-direitos (Michel e Daniel Alves). O poderoso time catalão ainda tirou o zagueiro Henrique do Palmeiras, mas o repassou por empréstimo para o Bayer Leverkusen.
Edmílson (Villarreal), Cléber Santana (Mallorca) e Paulo Assunção (Atlético) atuam como volantes -o primeiro é zagueiro também. Eduardo Costa, se ficar no Espanyol, é para combater, não armar jogadas.
Como esse cenário, a expectativa na Itália é de um campeonato mais atraente. Ronaldinho, que, ao final das contas, deve custar ao Milan cerca de R$ 60 milhões, é a maior novidade em campo, mas a Inter contratou José Mourinho, técnico que, na época de Chelsea, era o mais bem pago do planeta.
A Juventus, após uma temporada de readaptação à elite do "calcio", manteve seu tridente ofensivo e promete lutar agora com os rivais de Milão.
Na Espanha, o Real Madrid não realizou o sonho de contratar Cristiano Ronaldo do Manchester United. Villa também não acertou com o time merengue e segue no Valencia. O Real aumentou sua esquadra holandesa com Van der Vaart.
Caso perca Robinho, parte da magia e dos dribles do Real Madrid, atual bicampeão espanhol, estarão comprometidos.
O Barcelona, por sua vez, abriu mão de vistosos jogadores, como Ronaldinho, Deco e Giovanni. Também fechou o ciclo de Frank Rijkaard, mentor do ""Dream Team 2" de 2006. Com Josep Guardiola no comando técnico, o time é uma incógnita.
(RODRIGO BUENO)



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