São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2000

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HIPISMO
Rodrigo Pessoa tenta conquistar hoje o único título que lhe falta


Campeão mundial e primeiro cavaleiro a vencer três vezes consecutivas a Copa do Mundo, brasileiro, bronze no torneio por equipes, tenta hoje o ouro olímpico na prova individual


EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

Ele aprendeu a montar aos cinco anos de idade, seguindo a trajetória do pai, Nelson Pessoa, o Neco, exímio cavaleiro que atuou pelo Brasil em cinco Olimpíadas.
Hoje, aos 27 anos, Rodrigo de Paula Pessoa, campeão mundial e primeiro cavaleiro da história do hipismo a ganhar três vezes consecutivas a Copa do Mundo da modalidade, tenta a conquista que falta na sua coleção de títulos: o ouro olímpico.
Medalha olímpica esse cavaleiro brasileiro, nascido em Paris, França, já conquistou duas, ambas de bronze, no torneio por equipes, ganhas nos Jogos de Atlanta, em 1996, e na última quinta-feira, em Sydney.
"O título olímpico é o único que falta na minha carreira", já dizia Rodrigo Pessoa após a conquista da Copa do Mundo de Las Vegas, em abril último.
Antes ele havia vencido as Copas de Helsinque, em 1998, e Gotemburgo, em 1999. Este ano, ele também assumiu a liderança do ranking mundial. Rodrigo integra o grupo dos "top ten" do hipismo mundial desde maio de 1993, quando esteve entre os dez melhores por três meses.
Teve várias passagens por esse grupo durante quatro anos. Em outubro de 1997 entrou para ficar. Sobre ter nascido na França, ele tem uma resposta pronta: "Escolhi ser brasileiro. Toda minha família é brasileira. Não há porque representar outro país".
Nas disputas por equipes, em Sydney, Rodrigo, montando Baloubet du Rouet, foi o mais destacado cavaleiro da equipe brasileira. Zerou nas duas passagens normais de 15 obstáculos da prova e também na passagem de seis obstáculos no desempate.
As duas passagens do torneio, mais uma passagem anterior, valeram para apontar os 45 classificados para a prova individual, que será disputada na madrugada de hoje para amanhã.
Nessa classificatória, Pessoa foi o primeiro colocado, com apenas cinco pontos perdidos. A francesa Alexandra Ledermann, com Rochet, terminou na segunda colocação, com oito.
"Depois de uma conquista desta (bronze por equipes), muita coisa passa pela cabeça. É bom para o hipismo, é bom para o Brasil, é bom para todos nós. Aqui é uma competição com duas missões: a primeira foi completada com sucesso", afirmou Pessoa, evitando falar em favoritismo no torneio individual.
A prova individual tem dois outros conjuntos brasileiros classificados: Luiz Felipe de Azevedo, com Ralph, e André Johannpeter, com Calei.
Na última Olimpíada, em Atlanta-96, Pessoa terminou na nona colocação -repetindo sua performance na Olimpíada de Barcelona-92, quando, com 19 anos, foi o cavaleiro mais jovem da competição.
Ele vive em Fleurus, a 30 km de Bruxelas, na Bélgica, onde mora desde os 12 anos de idade e montou um centro de treinamento.


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