São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2000

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BASQUETE
"Dream Team" passa sufoco e vence por só dois pontos


Profissionais da NBA têm seu pior momento na história e fazem preces para superar Lituânia e levar os EUA à decisão, hoje, contra a França


DOS ENVIADOS A SYDNEY

A Lituânia deu um grande susto no "Dream Team 4" (Time dos Sonhos 4), a seleção dos EUA integrada por jogadores da NBA, a liga profissional mais importante do planeta, nas semifinais do torneio masculino olímpico. E por pouco não protagonizou a maior surpresa desta Olimpíada.
O time dos EUA ganhou o jogo por 85 a 83, mas, pela primeira vez desde que profissionais da NBA passaram a integrar a seleção, em 1992, esteve sob risco concreto de perder uma partida. Tanto que, no final da partida, alguns atletas dos EUA que estavam no banco de reservas chegaram a se ajoelhar, suplicando pela vitória.
O "Dream Team 4" desembarcou em Sydney como franco favorito para conquistar o título. Até o jogo contra a Lituânia, era quase impossível alguém arriscar palpite sobre a possibilidade de derrota do time norte-americano. Mas essa hipótese já não era unanimidade assim que o jogo terminou.
Os EUA decidem o título da Olimpíada hoje à noite (23h15, horário de Brasília) contra a França, que surpreendeu nas semifinais ao bater a Austrália (76 a 58).
Na verdade, contra a Lituânia, o time só respirou aliviado quando a partida foi encerrada, e o público, que lotou o Superdome, o principal ginásio da Olimpíada de Sydney, com capacidade para 20 mil torcedores, aplaudiu com entusiasmo a atuação dos lituanos.
No segundo final da partida, os torcedores cortaram a respiração, provocando um rápido silêncio no ginásio, no momento em que o armador Sarunas Jasikevicius, da Lituânia, arremessou da linha dos três pontos, e a bola voou em direção ao alvo. Para sorte dos EUA, o lance não foi certeiro. Tivesse sido, a Lituânia teria vencido.
Após a vantagem dos EUA no primeiro tempo (48 a 36), a Lituânia equilibrou o jogo. Houve alternância na liderança no marcador, e o placar registrou empate em 80 pontos quando faltava um minuto para o fim do jogo. Nos momentos finais, com o jogo empatado, os lituanos ainda tiveram três lances livres para passar à frente, mas só converteram um dos arremessos.
O técnico Jonas Kazlauskas, da Lituânia, disse depois da partida que seu time procurou jogar para a frente, sem receio dos adversários. "Faltou muito pouco para a nossa vitória", declarou.
Rudy Tomjanovich, o técnico dos EUA, disse que procurou não pensar que seu time poderia perder quando a situação estava complicada. "Procurei manter o time concentrado. Não ia deixar todo o nosso trabalho ruir", falou.
Ele também não dispensou elogios aos lituanos: "Esse time é bom, joga duro, tem jogadores com status internacional e veio aqui jogar o jogo", disse.
O ala Antonio McDyess seguiu a linha das declarações do técnico. "No final das contas, o que interessa é ter vencido o jogo. Não importa se por dois, três ou quatro pontos. Nós viemos aqui para jogar forte e ganhamos."
Já o ala Kevin Garnett procurou justificar a vitória apertada de outra maneira. "A Iugoslávia e a Lituânia sempre tiveram escolas muito fortes no basquete. Então, ninguém achou que ia ganhar fácil, nunca. O que aconteceu foi que no começo do segundo tempo a gente relaxou um pouco."
Garnett só mostrou um pouco de irritação quando perguntaram se alguém teria feito corpo mole. "Eu queria ganhar. Só posso falar por mim, não pelas outras pessoas do time. Você não vai conseguir sua história comigo".
Para o armador Steve Smith, os EUA fizeram uma boa partida. Disse que ele e os companheiros sabiam que não ia ser fácil porque todos querem vencê-los.
"Em nenhum momento achei que fossemos perder. A marcação deles estava muito boa, e nós nos precipitamos em alguns arremessos. Temos talento, mas não jogamos sempre juntos, e isso atrapalha", disse. (EDGARD ALVES e JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)

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