São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2000

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VÔLEI
Brasil supera norte-americanas e repete bronze de Atlanta-96


Equipe se recupera da derrota para Cuba, bate EUA por 3 a 0 e "faz justiça" na despedida de Sydney


DO ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

Depois da traumatizante derrota no tie-break para a equipe de Cuba, a seleção brasileira de vôlei feminino mostrou poder de recuperação e conquistou a medalha de bronze ontem em Sydney, após vencer as norte-americanas por 3 sets a 0.
Demonstrando muito controle emocional, a equipe brasileira entrou em quadra muito concentrada na partida e não encontrou dificuldade contra a seleção dos EUA, que só conseguiu endurecer a partida no segundo set.
Com a equipe titular em quadra, a seleção brasileira não encontrou problemas para superar as norte-americanas por 25 a 18, em pouco menos de 20 minutos.
Os passes perfeitos da líbero Ricarda permitiram à levantadora Fofão uma grande variação de jogadas, fugindo, assim, do forte bloqueio norte-americano. O bloqueio brasileiro também se mostrou bem mais eficiente que na derrota contra Cuba e foi responsável por muitos pontos nos primeiro set.
No segundo set, o Brasil perdia por 12 a 10, quando o técnico Bernardinho pediu tempo e colocou ordem na equipe, que já chegou ao tempo técnico seguinte vencendo por 16 a 15.
Mesmo assim, as norte-americanas, cujas duas melhores jogadoras -Danielle Scott e Tara Cross-Battle- tiveram uma ótima atuação, ainda conseguiram dificultar o trabalho das brasileiras, que só fecharam o set em 25 a 22 após 27 minutos de disputa.
O destaque do Brasil nesse set foi a atacante Virna, que marcou sete pontos de ataque e dois de bloqueio. Outra jogadora que se destacou foi Leila, cujos ataques estavam quase indefensáveis.
No terceiro set, aliviado com a difícil vitória no set anterior, o Brasil entrou mais tranquilo em quadra e logo abriu seis pontos de vantagem, 12 a 6.
Após um pedido de tempo feito pelo técnico norte-americano, Mick Haley, as jogadoras dos EUA voltaram à quadra mais concentradas na defesa e encostaram no placar.
Com a vantagem brasileira reduzida para 12 a 9, Bernardinho também pediu tempo e conseguiu acertar a defesa brasileira. Porém, abusando das bolas altas para Virna e Leila, a equipe brasileira teve dificuldade para transpor o sólido bloqueio norte-americano.
Apenas no final da partida Fofão voltou a variar as jogadas, acionando Walewska e Érica, e o Brasil voltou a dominar a partida. Em 25 minutos, as brasileiras fecharam o set em 25 minutos, com o placar de 25 a 21.
O resultado final da partida deu ao Brasil a medalha de bronze, repetindo, assim, a colocação conquistada em Atlanta-1996.
Como em Atlanta, o Brasil despediu-se da Olimpíada na 3ª colocação, tendo perdido a semifinal para a forte equipe cubana, cuja regularidade não pôde ser suplantada pelas brasileiras.
"Perdemos o jogo para Cuba porque elas eram e foram melhores", afirmou a atacante Virna.
"Não ganhar uma medalha seria muito injusto pelo que fizemos na Olimpíada. Só não quero que enalteçam muito e atrapalhem a cabeça das meninas. Elas ainda têm um longo caminho a percorrer", disse o técnico Bernardinho.
Na última madrugada, as cubanas enfrentariam o sólido bloqueio das russas, cuja média de altura é a maior de todas as equipes que participaram da Olimpíada, na disputa pela medalha de ouro.


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