LÉO GERCHMANN
de Buenos Aires

O principal ídolo da história do futebol argentino, Diego Armando Maradona, anuncia hoje, ao completar 37 anos de idade, o encerramento de sua carreira.
Também hoje será anunciado o resultado do exame antidoping ao qual ele foi submetido no sábado, depois do jogo em que defendeu o Boca Juniors contra o River Plate.
O meia alegou ontem "decepções muito fortes" para deixar o futebol.
"Estou cansado de tantas palavras e tolices que saem nos meios de comunicação. Já me acostumei a que me acusem de doping, mas não quero mais que coloquem o meu pai no meio", disse ele.
Anteontem, circulou boato de que o exame antidoping ao qual Maradona havia se submetido depois do jogo de sábado dera positivo. Maradona não se manifestou.
Outro boato, porém, irritou o jogador. No início da madrugada de ontem, o seu irmão Lalo, que vive na Itália, telefonou chorando e dizendo ter ouvido em emissoras italianas que o pai de Maradona, Diego Maradona, havia morrido.
Foi a segunda vez que o boato se espalhou. Na primeira, há um mês, Maradona chegou a dizer que abandonaria o futebol. Desta vez, depois de ter conversado com seu pai, decidiu cumprir a promessa.
No final da manhã, Diego Armando Maradona conversou com a sua mulher, Claudia, e com as filhas, Dalma e Gianina, decidindo encerrar a carreira oficialmente.
Houve outras ocasiões em que ele ameaçou abandonar o futebol. A alegação para voltar sempre foi a paixão pelo Boca e por sua torcida.
Desde que iniciou a sua carreira, aos 16 anos, defendendo o Argentino Juniors, Maradona passou por momentos de idolatria e polêmica, como quando foi preso por porte de cocaína ou quando deu tiros para afastar jornalistas.
O torcedor, porém, o tem como o mito que, em 1986, praticamente ganhou a Copa sozinho.



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