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Desconvocação mostra tratamento "vip' a clube
MARCELO DAMATO
da Reportagem Local
A desconvocação dos jogadores
Felipe e Odvan do amistoso contra
a Rússia mostra que, apesar do discurso de rebeldia, o Vasco continua a receber tratamento especial
da Confederação Brasileira de Futebol.
Tanto pela Lei Pelé, como pelas
regras internacionais da Fifa, o
Vasco não poderia se negar a ceder
seus jogadores.
Em dezembro de 1997, por exemplo, o volante Dunga desfalcou o
Jubilo Iwata na decisão do Campeonato Japonês, para jogar pela
seleção na Copa das Confederações, na Arábia Saudita.
Nos quatro anos em que o técnico Mario Zagallo esteve à frente da
seleção, várias foram as vezes em
que clubes (La Coruña, Barcelona,
Milan, entre outros) tentaram impedir ou impediram que seus jogadores se apresentassem.
Em todas, exceto uma, a CBF
manteve a convocação. Mesmo
quando o jogador não se apresentou, ele não pôde atuar pelo clube.
Em agosto de 1996, o La Coruña
não liberou a ida de Mauro Silva
para a equipe que enfrentaria a
Rússia e a Holanda. A CBF manteve a convocação do jogador, que
não pôde atuar contra o Real Madrid. "Que isso sirva de lição", disse na época Zagallo.
Apesar de ter sido impedido de
viajar pelo clube, o jogador foi criticado pelo técnico por não desafiar os espanhóis.
Em novembro daquele ano, Zagallo não acreditou na palavra de
Mauro Silva, que dizia estar contundido, e exigiu que ele viajasse
da Espanha para Curitiba, a fim de
ser examinado pelo médico Lídio
Toledo e liberado em seguida.
Em 1997, o Milan e o La Coruña
se negaram a liberar Leonardo e
Mauro Silva para um amistoso da
seleção. Em represália, não puderam usar o jogador.
²
Honduras
Das duas exceções a esse procedimento no período 1994-98, uma
beneficiou o Vasco.
Para o amistoso contra Honduras, em março de 1995, em Goiânia, Zagallo chamou três vascaínos: o goleiro Carlos Germano, o
lateral-direito Bruno Carvalho e o
volante Leandro.
Já no aeroporto do Galeão, o técnico soube que os jogadores haviam sido impedidos de viajar pelo
vice de futebol do Vasco, Eurico
Miranda.
Para não ficar sem goleiro reserva, convocou Fábio Noronha, que
coincidentemente estava no saguão, pronto para viajar com a seleção de juniores.
O Vasco só liberou os jogadores à
noite, após atuarem pelo Campeonato Estadual. Zagallo aceitou
Bruno e Leandro fora do prazo e só
barrou Germano para não ficar
com três goleiros.
A outra exceção foi a liberação
do volante Ricardinho, do Cruzeiro, para que ele pudesse participar
da decisão da Taça Libertadores da
América no segundo semestre do
ano passado.
Mas, nesse caso, o amistoso estava marcado para a própria semana
da decisão e não para duas semanas antes, como agora.
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