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CARLOS SARLI
O difícil acesso
Aumentou o número de novatos no WCT, mas a vida deles na elite não é nada fácil, como ficou claro em 2006
O Mundial de surfe, WCT, começou o ano marcado pela
maior renovação da história
no circuito. Onze atletas vindos do
WQS, a divisão de acesso, chegaram
motivados. Mas, com duas vitórias
nas etapas de abertura na Austrália,
o veterano Kelly Slater mostrou que
a vida dos novatos não seria fácil.
A síndrome do primeiro ano é conhecida, e, até entre os que a superam e se mantêm na elite, a maioria
passará anos sem vencer uma etapa,
sem chances de disputar o título e,
freqüentemente, mais preocupada
em se manter entre os 27 que garantem vaga na temporada seguinte. Há
exceções. Neste ano, a maior é o
Bobby Martinez (EUA), que chega à
última prova do ano em quarto no
ranking, após duas vitórias expressivas: Teahupoo e Mundaka. Além dele, entre os estreantes, só Adriano
"Mineirinho" de Souza e Shaun
Cansdell obtiveram vaga para 2007.
O curioso é que até pouco tempo
atrás havia uma invasão de atletas
da elite nas provas da divisão de
acesso, fato que não está ocorrendo
e explica a renovação. E o número de
estreantes neste ano será ainda
maior: hoje só um dos 15 nomes do
WQS que subirão em 2007 faz parte
da elite. Muito diferente do circuito
que já teve Slater -venceu WCT e
WQS no mesmo ano- e Barton
Lynch na galeria dos campeões.
Os melhores do mundo devem ter
encontrado coisas melhores para fazer entre as provas do WCT do que
correr o WQS. Produzir filmes, editoriais ou simplesmente viajar pelos
melhores points do mundo e relaxar
devem estar entre as opções.
A história só muda agora. Com
duas provas do WQS compondo a
Tríplice Coroa Havaiana, os melhores do mundo vão em peso. O tricampeão Andy Irons saiu na frente
na busca do seu quarto título da Coroa. Na final, contra o vice-líder do
ranking, Mick Fanning, as ondas foram as piores das últimas décadas
em Haleiwa, provando que, para os
melhores, não importa a condição.
A presença e os resultados expressivos dos atletas da elite na prova da
divisão de acesso fizeram com que
quase nada mudasse no ranking dos
que buscam vaga no WCT. Os brasileiros Victor Ribas (11º), Léo Neves
(12º) e Neco Padaratz (13º) mantiveram as posições e seguem na última
etapa em Sunset com chances de se
juntarem a Mineirinho e Bernardo
Pigmeu, que já estão classificados. A
prova em Sunset começou com ondas de até 12 pés e foi interrompida
na segunda-feira, quando o mar baixou. O período de espera vai até o dia
6. Na seqüência, começa o Pipe Masters, fechando a Coroa e o Mundial.
A lamentar, a ausência de Jihad
Kohdr, atual campeão brasileiro,
que poderia ter alcançado vaga disputando as duas etapas. Pela segunda vez, ele foi barrado na imigração
americana, que alegou a necessidade de visto de negócios. Muçulmano, Jihad passou 16 horas sendo interrogado antes de ser enviado de
volta ao Brasil. Seus colegas, com o
mesmo visto, seguiram viagem.
PRÊMIO BRASIL OLÍMPICO
A snowborder Isabel Clark foi indicada pelo COB como melhor atleta de 2006. Ela disputa com Laís
Souza (ginástica) e Larissa (vôlei de
praia). A votação vai até dia 11 pelo
site www.cob.org.br/pbo2006/.
MUNDIAL PRO JUNIOR
Mineirinho integrará a equipe
sul-americana no Mundial de surfe
sub-20, entre 1º e 8 de janeiro, na
Austrália. O peruano Matias Mulanovich, irmão de Sofia, campeã
mundial de 2005, integra o time.
MOUNTAIN BIKE 12 HORAS
A 11ª edição da prova de resistência terá largada à meia-noite de sábado no km 72 da rodovia dos Bandeirantes, com 430 ciclistas.
PAULISTA DE WAKEBOARD
A 4ª etapa, decisiva, será no fim de
semana em São José do Rio Preto.
sarli@trip.com.br
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