São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2008

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JUCA KFOURI

Entre erros e acertos


Árbitros erram, técnicos erram, goleiros erram, goleadores também, todos erram. Hoje é dia de acertar

JORNALISTAS ERRAM , assim como os cartolas e os políticos.
Até o conselheiro Acácio sabia disso. Só que há erros e erros.
No Morumbi, nesta tarde de domingo, ninguém pode errar.
Principalmente não se pode cometer o erro das favas contadas.
E ninguém nem precisa recorrer ao Maracanazo de 1950, ou ao Sarriá de 1982, porque neste ano mesmo, no Maracanã, duas vezes, tanto o América mexicano quanto a LDU aprontaram para cima dos já ditos vitoriosos Fla e Flu.
Flu que é outro, mais competitivo sob as ordens de Renê Simões.
Até mesmo o torcedor do São Paulo não tem direito de festejar antes, porque, de fato, não está nada ganho e não é discurso.
E provavelmente, porque tem plena consciência disso, o time do São Paulo sairá tricampeão do seu estádio para fazer, aí sim, a festa que fez por merecer. Tomara que o árbitro não erre, que Muricy Ramalho não erre, que Rogério Ceni não erre, que Borges não erre e que o Flu acerte uma grande atuação, para que possamos ver um ótimo jogo, digno de um autêntico campeão.
Se não der, e pode mesmo não dar, ainda terá o jogo no Bezerrão, com três vezes menos torcedores, mas com muito mais são-paulinos perto do campo para pressionar o Goiás.

Erros de arbitragem
Nem mesmo as imagens da ESPN Brasil permitem afirmar que não houve pênalti em Diego Tardelli no Mineirão, embora inocentem Carlos Simon, que se orgulha de já ter confessado, uma vez na vida, que errou -embora se caracterize por ser caseiro. Ora, admitir erros não é virtude, é apenas obrigação.
Esta coluna, por exemplo, tem uma marca "Kirrata" que se soma ao "Erramos" desta Folha.
O curioso no caso do lance com Tardelli é verificar que nem mesmo a necessária, e rejeitada, arbitragem eletrônica resolveria a questão, porque uma imagem mostra uma coisa e outra imagem quase a desmente por completo.
Caso raro, é verdade, mas que já aconteceu outras vezes e continuará a acontecer.

Erro de interpretação
Se alguém interpretou a "Carta ao governador palmeirense" como uma indireta à possível cumplicidade de José Serra com as artes da polícia que ele tem sob suas ordens, se enganou redondamente.
Ele, inclusive.
E se alguém acha que o remetente quer que o político interfira num inquérito policial, também se engana redondamente.
O autor quer, isso sim, que como qualquer executivo, ele trate de chamar seu subordinado e pergunte sobre o que leu, exatamente por ser apaixonado por futebol e por saber quanto o esporte pode ter de didático, de exemplar.
Aqui não se dá indiretas, dá-se nome aos bois sempre que preciso.
A carta foi um alerta, apenas um alerta, nada mais que um alerta.
E que o governador saiba também que cada vez mais há delegados da sua polícia envolvidos com a Federação Paulista de Futebol, com clubes, com certos técnicos, e que isso não é bom nem para a segurança dos cidadãos nem para a polícia.

blogdojuca@uol.com.br


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