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Time vai de euforia a depressão
Confiança que levou 20 mil ao Serra Dourada termina em melancolia e declarações de "não deu'
Técnico Ricardo Gomes afirma que equipe não soube administrar vantagem e classifica chance de levar
o troféu como "ínfima"
DOS ENVIADOS A GOIÂNIA
A festa que o São Paulo preparou em Goiânia virou depressão. O time iniciou o jogo
sob gritos de o "campeão voltou". E encerrou com declarações de que "não deu".
A confiança era refletida em
uma torcida são-paulina majoritária no Serra Dourada, empurrando os torcedores do
Goiás para o canto. Eram cerca
de 20 mil fãs do time paulista.
Nas tribunas, a cúpula do clube arrumou ingressos para 200
pessoas, entre conselheiros e
dirigentes. Havia dois setores
reservados para eles. Antes do
jogo, o hotel de concentração
são-paulina tinha uma mesa
longa com cartolas.
Do lado de fora, a cidade estava tomada por camisas são-paulinas desde o início da semana. Foram 100 torcedores
aos gritos de "O campeão voltou" para receber os jogadores.
A diretoria tentou isolar os
atletas deste clima. Saíram de
ônibus de dentro da pista do aeroporto. Mas, na entrada do
campo, todos ouviram o hino
do clube no Serra Dourada.
"Na hora que começar o jogo,
são 11 contra 11", disse o zagueiro André Dias, para tentar reduzir o otimismo. O desenrolar
do jogo encarregou-se de acabar com a euforia, com o time
despencando na tabela.
Ao final, o tom da maioria era
de que o Brasileiro já está perdido. Restaram lamentos por
julgamentos na Justiça Desportiva e caras abatidas.
"A chance que a gente tem é
mínima. Agora, ficou difícil. Temos chances. Enquanto há esperança, há vida. Pelo menos
vamos sair de cabeça erguida",
afirmou Washington, ainda no
campo, com voz embargada.
Mas a esperança mínima do
campo transformou-se em resignação no vestiário.
"Não deu para nós, mas ao
menos o São Paulo lutou, com
todo o sacrifício. Fizemos o que
era possível. Tenho certeza que
será uma grande experiência.
No ano que vem voltaremos renovados e ainda mais fortes e
mais experientes", lamentou o
superintendente de futebol,
Marco Aurélio Cunha.
Pouco depois, dizia que os
desfalques -Miranda, Dagoberto e Richarlyson- pesaram.
E reclamou, de novo, ao afirmar que "o STJD não decidiu o
campeonato, mas influenciou"
quando falou de suspensão dos
atletas são-paulinos.
"A liderança passou de mão
em mão. Sabíamos que teríamos que mantê-la de qualquer
jeito para continuarmos na luta
pelo título. Mas não soubemos
administrar nossa vantagem e
perdemos duas seguidas. Agora
nossas chances são ínfimas",
analisou o técnico Ricardo Gomes, com cara fechada.
As declarações serviam de legenda para cenas emblemáticas ocorridas pouco antes.
Sorridente no almoço, o presidente do São Paulo, Juvenal
Juvêncio, deixou o Serra Dourada quando faltavam 10 minutos para acabar o jogo. Tinha a
cara amarrada.
Logo depois, em uma arquibancada vazia, dois torcedores
jogavam fora cartazes em forma de estrelas douradas e prateadas, alusivas às conquistas
dos Nacionais. Uma delas representava o ano de 2009.0
(CAROLINA ARAÚJO E RODRIGO MATTOS)
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