São Paulo, segunda-feira, 30 de novembro de 2009

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JUCA KFOURI

Ficou fácil para o Mengo


Após passear em Campinas contra um Corinthians em greve, o Fla tem o rival do Inter pela frente, no Rio

O HEXACAMPEONATO brasileiro do Flamengo depende só dele e da repetição do que houve ontem no Brinco de Ouro da Princesa, quando o rival de São Paulo e Palmeiras quase nada fez para tentar vencê-lo, ao contrário.
Nem esboçar defesa o goleiro corintiano Felipe esboçou no pênalti que valeu o segundo gol carioca, provavelmente porque além de São Paulo e Palmeiras, o Inter, que o próprio Felipe acusou um dia de ter feito corpo mole diante do Goiás para rebaixar o Corinthians, seria o maior beneficiado.
Depois de um primeiro semestre exemplar, o alvinegro termina o ano de maneira vexaminosa, por mais que seus torcedores no estádio tenham aplaudido o resultado. O time corintiano se comportou à altura de seu alto comando, às portas do ano do centenário. Agiu como se estivesse em greve ou, no mínimo, em operação padrão, de maneira lamentável.
Como foi lamentável a atuação do São Paulo em Goiânia, quando teve a bola nos pés a maior parte do tempo, o que lhe rendeu dois gols no Goiás, mas quatro em sua rede, o que dá a medida de sua ineficácia. Não faltaram suor, insistência e fé, mas faltou o futebol que poderia dar o heptacampeonato que escapou miseravelmente nas duas últimas rodadas.
Porque esperar agora que o Grêmio, com uma das piores campanhas fora de casa deste Brasileirão, se mate no Maracanã para derrotar o Flamengo e dar o título ao Inter, que tem o Santo André no Beira-Rio, é como acreditar em Papai Noel.
Ainda mais com reservas, como anuncia a gente gremista, em outra atitude deplorável no país que sediará a Copa de 2014. Quem viu Arsenal x Chelsea e Barcelona x Real Madrid sabe do que se está falando aqui.
O hexacampeonato nacional está muito perto do Flamengo, que tinha até ontem em Adriano a peça mais importante de sua campanha, mas que passou a ter em Petkovic mesmo a chave do seu sucesso, porque enquanto o Imperador queimava o calcanhar, o sérvio desfilava competência na hora agá.
Ainda ontem esta coluna terminava com o desejo de ver o Flamengo campeão e a explicação é simples, embora a direção rubro-negra não mereça mais esta taça: para o futebol brasileiro será bom a interrupção da hegemonia, quase sinônimo de monopólio, do tricolor.
Bom até mesmo para que o São Paulo não se acomode em sua inconteste superioridade. Ser campeão novamente seria muito mais pela fragilidade dos outros do que pela sua força neste ano de 2009. E a conquista do Flamengo significará apenas mais uma das façanhas de uma camisa e de uma torcida que são capazes de milagres inexplicáveis, como já aconteceu, por exemplo, em 1992, o ano do pentacampeonato.
Milagre como o do Fluminense, que não tem nem a massa nem as glórias do rival, mas que faz por disputar com ele quem será mais notícia no fim da temporada. Porque se, de fato, o Flu ao menos empatar com o Coritiba, em Curitiba, e escapar, o feito será para comemorar até com volta olímpica. Tomara que a direção tricolor não queira revanche contra a LDU. Dane-se a Copa Sul-Americana!

blogdojuca@uol.com.br


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