São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2010 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Europa liga Teixeira a corrupção FIFA Denúncia ocorre às vésperas de escolha das sedes de 2018 e 2022 VAGUINALDO MARINHEIRO DE LONDRES O programa ""Panorama", da rede britânica BBC, um jornal suíço e outro alemão afirmaram ontem que obtiveram papéis que indicam que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o ex-presidente da Fifa João Havelange e outros dois dirigentes internacionais de futebol receberam propinas de empresa de marketing ligada à Fifa. O nome de Teixeira não aparece nos papéis, mas, de acordo com a BBC, os pagamentos ao presidente da CBF teriam sido feitos por meio de uma empresa com sede em Liechtenstein chamada Sanud. Totalizariam US$ 9,5 milhões (R$ 16 milhões). O valor que aparece junto às iniciais JH (João Havelange, segundo a BBC) é de 1,5 milhão de francos suíços (cerca de R$ 2,6 milhões). A Fifa se recusou a falar sobre o assunto. A CBF, porém, fala que o caso é "requentado" (leia texto nesta página). Nos papéis exibidos pela BBC aparecem ainda os nomes de Issa Hayatou, da CAF (Confederação Africana de Futebol), e do paraguaio Nicolás Leoz, presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Na frente, valores que teriam sido pagos pela ISL (International Sport and Leisure). Totalizam US$ 100 milhões (R$ 173 milhões). A empresa, que trabalhou para a Fifa por 20 anos e faliu em 2001, era especializada em marketing esportivo e em negociações de transmissões de jogos pela TV. Teixeira, Hayatou e Leoz fazem parte do comitê executivo da Fifa que depois de amanhã decide onde serão as Copas de 2018 e 2022. Está é a segunda suspeita de corrupção envolvendo membros do comitê em menos de dois meses. Em outubro, repórteres do jornal inglês "The Sunday Times" se passaram por lobistas que queriam levar a Copa para os EUA. Conseguiram ouvir de dois membros do comitê que eles trocariam seus votos por dinheiro. Os dois, um nigeriano e um taitiano, foram afastados do comitê e multados. Restaram só 22 homens para a decisão de quinta. Há ainda a suspeita de que, com a escolha conjunta das sedes de 2018 e 2022, membros do comitê estejam trocando votos. Disputam 2018 Rússia, Inglaterra, e os consórcios Espanha/Portugal e Holanda/ Bélgica. Para 2022, os candidatos são Austrália, Qatar, Japão, Coreia do Sul e EUA. Dirigentes da candidatura da Inglaterra acreditam que serão prejudicados pelas reportagens do "Sunday Times" e da BBC. Andy Anson, presidente do comitê da candidatura inglesa, chamou a BBC de impatriótica e o programa de sensacionalista. Ele chegou a falar com o diretor da rede para tentar impedir a veiculação do programa dois dias antes da escolha das sedes. A BBC disse que o assunto era de interesse público. Texto Anterior: Los gringos - John Carlin: Não é o que parece Próximo Texto: Outro lado: Entidade nega acusação e põe caso no passado Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |