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São Paulo, terça-feira, 30 de dezembro de 2003

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Tido como sucessor de Michael Jordan, mais badalado estreante da história começa a tomar NBA

LeBron James multiplica cestas e dólares aos 19

Ron Schwane-8.nov.2003/Associated Press
O armador LeBron James, que tirou o Cleveland da lanterna da NBA, enterra contra o Washington


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Aos 17, ele jogava campeonatos colegiais e já era famoso nos EUA. Aos 18, virou milionário. Hoje, quando completa 19 anos, LeBron James começa a provar que tanta badalação tinha fundamento.
O mais novo candidato a suceder Michael Jordan como maior astro da NBA, depois de 31 jogos pela temporada 2003/2004, acumula números brilhantes, tanto nas quadras quanto fora delas.
Se ainda não foi capaz de transformar o Cleveland Cavaliers em um aspirante aos playoffs, LeBron, com seus 2,03 m, faz pontos, dá assistências e apanha rebotes em ritmo próximo ou até superior a mitos do basquete. Isso com uma idade em que estrelas como Jordan, Larry Bird e Magic Johnson ainda lapidavam seus jogos no basquete universitário -LeBron chegou na NBA vindo do colegial, de uma escola próxima de Cleveland.
A produção do armador vem subindo. Nos últimos seis jogos, ele fez mais de 30 pontos em quatro. Anteontem, diante do Portland, faltou apenas uma assistência para ele alcançar seu primeiro triplo-duplo (dois dígitos em três fundamentos). "É assustador saber quão bom ele pode ser", diz Trace McGrady, ala do Orlando Magic, que também começou na liga na adolescência e já enfrentou LeBron na atual temporada.
Mas é na missão de alavancar os negócios da liga, de seu time e dos patrocinadores pessoais que o armador mais tem brilhado.
Nenhuma camiseta da NBA é vendida hoje mais do que a de LeBron, que usa o mesmo número 23 que consagrou Jordan. Entre junho e o início de dezembro, foram comercializadas mais de 600 mil, o que representa um faturamento superior a US$ 30 milhões.
"LeBron James tem nome e já é famoso", disse Marty Blake, diretor de caça-talentos da NBA.
Para o Cleveland, que tirou a sorte grande ao ganhar a loteria do draft e ter o direito de escolher LeBron (que tem contrato de três anos por US$ 13 milhões com a equipe), as palavras do executivo da liga são verdadeiras.
Na temporada passada, quando foi um dos dois lanternas da NBA, o time ficou na rabeira na média de público caseira. Agora, o número de bilhetes vendidos aumentou mais de 50%. Até o início do mês, o time, que nunca ganhou um título, estava em terceiro na lista dos clubes que mais faturam com produtos licenciados, na frente do San Antonio Spurs, atual campeão da liga, e do Chicago Bulls, onde Jordan fez história. No ano passado, foi apenas o 17º.
No ano inicial de seus contratos publicitários, LeBron também é um sucesso. Depois de assinar um contrato de US$ 90 milhões por sete anos com o armador, a Nike lançou nas vésperas do Natal nos EUA um tênis que leva o nome do jovem astro do Cleveland.
O par para adultos custa US$ 110, e o primeiro carregamento se esgotou nas principais lojas no primeiro final de semana de vendas. A Nike não revela números, mas estima-se que cerca de 300 mil pares foram comercializados apenas na primeira semana.
Correspondendo em quadra, LeBron tem tudo para somar mais dólares em suas contas.
Ao término de seu contrato como estreante, ele pode assinar um novo compromisso, com o Cleveland ou com quem desejar, que pelas regras atuais da NBA lhe renderia mais de US$ 120 milhões em sete temporadas.
Resta saber se, junto com o dinheiro e as estatísticas brilhantes, ele terá competência para ganhar títulos. "Tenho um talento divino, mas terei que trabalhar duro para chegar onde quero", disse, antes da temporada, LeBron James.

Com agências internacionais

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