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Pesquisa traça
o desempenho
sexual de atletas
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 2.000 participantes
da 79ª edição da São Silvestre
farão parte de um estudo inédito no Brasil sobre a saúde sexual dos esportistas do país.
Conduzido pelo Departamento de Clínica Médica do
Hospital das Clínicas de São
Paulo, o projeto Ecoss (Estudo
Clínico dos Corredores da São
Silvestre) pretende traçar um
perfil médico, biomédico e clínico do atleta brasileiro.
"Queremos definir esse perfil
e, a partir daí, estabelecer algumas normas, diretrizes e orientações para médicos e atletas",
explica o médico Joel Tedesco,
coordenador do projeto.
No ano passado, um estudo
menos abrangente também foi
realizado com 1.437 participantes da corrida, mas a novidade
para 2003 foi a inclusão de um
questionário apenas sobre função sexual e a qualidade de vida
sexual dos corredores.
De sexta-feira até hoje, um
grupo de 25 estudantes do
quinto e do sexto ano da faculdade de medicina da USP está
entrevistando corredores escolhidos aleatoriamente -nenhum deles, porém, está no
grupo de elite da prova.
Entre as 17 perguntas relacionadas ao tema, estão questões
como: "Você teve relações sexuais nas últimas quatro semanas?", "Quando manteve relações, teve ereção e conseguiu
penetração?", "Sua parceira ficou satisfeita?" e "Você ficou
satisfeito de um modo geral?".
São dadas cinco alternativas
para as respostas.
"Até hoje [ontem] já fizemos
quase 1.800 entrevistas e estamos surpresos com a receptividade e a seriedade com que os
participantes estão colaborando conosco", afirma Tedesco.
Os resultados desta pesquisa
devem ser divulgados dentro
de três ou quatro meses.
De acordo com estudos preliminares, a atividade física regular pode ter grande influência no desempenho sexual.
"Uma simples caminhada de
30 minutos, três vezes por semana, já é suficiente para prevenir a impotência", diz o urologista Sidney Glina, presidente
da Sociedade Brasileira de Urologia, que faz parte do Ecoss.
"Esse tipo de exercício não é
um grande sacrifício e é o mesmo recomendado para prevenir doenças cardiovasculares",
completa o médico.
De acordo com Glina, a principal causa de impotência entre
os esportistas é o uso crescente
de substâncias anabólicas.
"O uso desses esteróides virou uma epidemia. Cada vez
mais jovens estão usando medicamentos para melhorar a
performance, muitas vezes indicados em academias, sem saber que isso pode prejudicar
sua função sexual e causar até
infertilidade", declara.
"Cerca de 10% dos usuários
dessas substâncias têm alterações irreversíveis", diz Glina.
Hoje, a partir das 9h30, Tedesco e Glina participarão de
um simpósio sobre o tema, no
Cine Gazetinha, com entrada
franca. Durante o evento serão
apresentados os resultados do
estudo de 2003 e os médicos
responderão a perguntas dos
participantes.
(LF E TC)
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