Três títulos no ano fazem rubro-negro italiano superar concorrente espanhol

Longe do topo, ano ratifica, em várias competições, ascensão de emergentes, como Sevilla, Pachuca, Urawa e Arsenal de Sarandí

Alessandro Garofalo - 02.dez.07/Reuters

Kaká, o melhor do ano, beija um de seus prêmios, a Bola de Ouro

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A era galáctica do Real Madrid deixou o Milan no lugar mais alto. Pela primeira vez desde a criação do Ranking Folha do Futebol Mundial, o poderoso clube espanhol não ocupa o primeiro lugar da lista. O Milan, vencedor em 2007 da Copa dos Campeões, da Supercopa da Europa e do Mundial de Clubes, agora lidera.
A coroação máxima do Milan veio há duas semanas, no Japão. Ao se tornar o primeiro europeu campeão de um Mundial de Clubes da Fifa, o time italiano passou a ser o único tetra do planeta -a equipe tinha conquistado o Mundial interclubes em 1969, 1989 e 1990.
Nos últimos anos, Milan e Boca Juniors, o atual vice-campeão mundial, vinham descontando a boa diferença que tinham para o Real Madrid, ainda o maior campeão europeu -ostenta 9 taças da Copa dos Campeões, contra 7 do Milan.
Quando o ranking mundial foi institucionalizado pela Folha, em 2003, a diferença de pontos do Real Madrid para o Milan e para o Boca Juniors era de 270 e de 480 pontos, respectivamente. Agora, o Milan soma 1.010 pontos, dez a mais que o rival de Madri, e o Boca chegou a 870 -diminuiu para 130 a distância para o time madrileno, atual segundo colocado.
Com Fabio Capello no comando, o clube merengue saiu de uma breve fila e venceu o Espanhol, mas segue em jejum de taças internacionais, a predileção do time. Em 2008, se não vencer a Copa dos Campeões pela décima vez, o Real Madrid completará seis anos sem um troféu oficial fora de seu país -em 2002, o time foi campeão europeu e também mundial.
A diferença de dez pontos favoráveis ao Milan sobre o Real na ponta do ranking equivale a uma Supercopa da Europa, disputa vencida pelo time de Kaká sobre o Sevilla, em agosto, por 3 a 1. O clube de Silvio Berlusconi, o maior vencedor dessa disputa (tem 5 troféus, contra 3 de Ajax e Liverpool), obteve uma pontuação recorde de 160 pontos em um único ano.
Foi ano tão dourado para o Milan que a equipe conseguiu vingança dupla: devolveu ao Liverpool na final da Copa dos Campeões a doída derrota na decisão de 2005 e deu o troco no Boca Juniors pela queda no Mundial interclubes de 2003.
Liverpool e Grêmio, dois dos clubes mais ""copeiros" do planeta, subiram também no ranking devido aos vices continentais que amargaram. Os ""Reds" deixaram Ajax, Bayern de Munique e Nacional de Montevidéu para trás, assumindo o sétimo lugar. Já o tricolor gaúcho, com 40 pontos, ganhou uma posição, a do Cruzeiro -é o 20º.
Tirando esses tradicionais clubes, o ano confirmou a ascensão de alguns times emergentes. Um dos maiores exemplos é o Sevilla, que faturou pelo segundo ano seguido a Copa da Uefa, desta vez em cima do conterrâneo Espanyol. Com mais 20 pontos, o time andaluz entrou no top 100 do ranking.
Outro que figura agora entre os cem melhores é o mexicano Pachuca, que conseguiu seu segundo título da Copa dos Campeões da Concacaf. Após a taça de 2002, superou na final deste ano o conterrâneo Chivas.
Na América do Sul, o Arsenal de Sarandí, clube da família Grondona, teve seu real batismo internacional. Entrou no ranking com o título da Copa Sul-Americana, superando na final o mexicano América.
Outra novidade no planeta foi a conquista do Urawa na Ásia. O primeiro título internacional dos Red Diamonds fez com que pela primeira vez uma equipe japonesa disputasse um Mundial de Clubes. E o Urawa, em seu país, fez bonito, terminando em terceiro lugar -venceu nos pênaltis na disputa pela terceira posição o Étoile du Sahel, campeão africano inédito.
O Étoile impediu na final da Copa dos Campeões da África um tri genuíno do Al Ahly, do Egito. Com 96 pontos, o time tunisiano agora está no top 50.


Texto Anterior: Real Madrid: Cristiano Ronaldo vira alvo do clube
Próximo Texto: Saiba mais: Lista mundial segue padrão oficial e serial
Índice