São Paulo, terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Contratos do beisebol destoam na crise

NY Yankees fecha duas das cinco maiores contratações de atletas da história da MLB e faz mercado fervilhar nos EUA

Desde outubro, quando acaba o campeonato, liga vê times definirem pelo menos 8 acordos com salário anual acima de US$ 10 milhões


PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise que assola o mundo, quebra bancos, reduz o poder de compra das pessoas e põe um clima de incerteza sobre o ano que está para começar tem como ponto nevrálgico os EUA.
Mas um dos esportes mais populares e tradicionais da América, até agora, parece estar blindado contra os problemas da economia mundial.
A MLB, liga norte-americana de beisebol profissional, tem visto o mercado de contratações de jogadores mais aquecido dos últimos anos.
Dois dos cinco maiores contratos da história desse esporte acabaram de ser fechados. E ambos pelo mesmo time.
O NY Yankees contratou, de uma só vez, dois dos principais atletas que estavam no mercado. Cada um deles, com salários anuais superiores a US$ 20 milhões (cerca de R$ 47 milhões).
CC Sabathia, arremessador de 28 anos, tornou-se o terceiro atleta mais bem pago da MLB. Levará US$ 23 milhões anuais pelas próximas sete temporadas -o que significa aos Yankees gasto de US$ 161 milhões.
Na mesma balada está Mark Teixeira, 29, jogador de primeira base que se destaca tanto na defesa como na hora de rebater as bolinhas para longe e produzir pontos. Seu salário, o quarto maior do beisebol, será de US$ 22,5 milhões por ano durante oito anos, o que lhe renderá um total de US$ 180 milhões.
Só com essas contratações, mais a de AJ Burnett, outro arremessador de primeira linha (e caro), os Yankees comprometeram US$ 413 milhões de todo o seu orçamento para os próximos cinco anos.
Isso sem contar o pagamento de outros contratos estratosféricos do clube já em vigência, como os de Alex Rodriguez (US$ 27,5 milhões por ano) e Derek Jeter (US$ 18,9 milhões por temporada), os números um e dois, respectivamente, na lista dos atletas mais bem pagos do beisebol nos EUA.
Mas não foi só o time mais rico da MLB que saiu às compras para 2009. A combinação de grandes jogadores livres para negociar com a disposição dos times em gastar para se reforçar tem inflacionado o mercado de contratações do beisebol.
Outras equipes, como o NY Mets e o LA Dodgers, também abriram os cofres. Elas estão entre os seis times que acabaram de fechar pelo menos um contrato com valores anuais acima dos US$ 10 milhões (R$ 23,7 milhões). Philadelphia Phillies (o atual campeão), Chicago Cubs e Cleveland Indians completam a lista dos gastadores deste inverno nos EUA.
Ao todo, oito jogadores já foram adquiridos desde outubro -quando termina o campeonato de beisebol- até agora com salários acima dessa quantia.
O número de aquisições caras pode parecer pequeno, mas não é. Tradicionalmente, as maiores contratações só ocorrem mais adiante no período fora de temporada, quando equipes e agentes de jogadores já "testaram" o mercado com sondagens e tentativas de acordos que não vingaram.
Uma explicação para a correria pelos negócios bombásticos está na eleição de Barack Obama. O novo governo dos EUA deve aumentar as taxas sobre os ganhos dos atletas. A maior mordida, porém, só deve incidir sobre contratos fechados após a instituição do novo índice de imposto. E Obama tomará posse em 20 de janeiro.


Texto Anterior: Santos: Clube contrata Germano e vê Bida distante
Próximo Texto: Outros esportes fixam teto para salários
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.