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Contratos do beisebol destoam na crise
NY Yankees fecha duas das cinco maiores contratações de atletas da história da MLB e faz mercado fervilhar nos EUA
Desde outubro, quando acaba o campeonato, liga vê times definirem pelo menos 8 acordos com salário anual acima de US$ 10 milhões
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise que assola o mundo,
quebra bancos, reduz o poder
de compra das pessoas e põe
um clima de incerteza sobre o
ano que está para começar tem
como ponto nevrálgico os EUA.
Mas um dos esportes mais
populares e tradicionais da
América, até agora, parece estar blindado contra os problemas da economia mundial.
A MLB, liga norte-americana
de beisebol profissional, tem
visto o mercado de contratações de jogadores mais aquecido dos últimos anos.
Dois dos cinco maiores contratos da história desse esporte
acabaram de ser fechados. E
ambos pelo mesmo time.
O NY Yankees contratou, de
uma só vez, dois dos principais
atletas que estavam no mercado. Cada um deles, com salários
anuais superiores a US$ 20 milhões (cerca de R$ 47 milhões).
CC Sabathia, arremessador
de 28 anos, tornou-se o terceiro
atleta mais bem pago da MLB.
Levará US$ 23 milhões anuais
pelas próximas sete temporadas -o que significa aos Yankees gasto de US$ 161 milhões.
Na mesma balada está Mark
Teixeira, 29, jogador de primeira base que se destaca tanto na
defesa como na hora de rebater
as bolinhas para longe e produzir pontos. Seu salário, o quarto
maior do beisebol, será de US$
22,5 milhões por ano durante
oito anos, o que lhe renderá um
total de US$ 180 milhões.
Só com essas contratações,
mais a de AJ Burnett, outro arremessador de primeira linha
(e caro), os Yankees comprometeram US$ 413 milhões de
todo o seu orçamento para os
próximos cinco anos.
Isso sem contar o pagamento
de outros contratos estratosféricos do clube já em vigência,
como os de Alex Rodriguez
(US$ 27,5 milhões por ano) e
Derek Jeter (US$ 18,9 milhões
por temporada), os números
um e dois, respectivamente, na
lista dos atletas mais bem pagos
do beisebol nos EUA.
Mas não foi só o time mais rico da MLB que saiu às compras
para 2009. A combinação de
grandes jogadores livres para
negociar com a disposição dos
times em gastar para se reforçar tem inflacionado o mercado
de contratações do beisebol.
Outras equipes, como o NY
Mets e o LA Dodgers, também
abriram os cofres. Elas estão
entre os seis times que acabaram de fechar pelo menos um
contrato com valores anuais
acima dos US$ 10 milhões (R$
23,7 milhões). Philadelphia
Phillies (o atual campeão), Chicago Cubs e Cleveland Indians
completam a lista dos gastadores deste inverno nos EUA.
Ao todo, oito jogadores já foram adquiridos desde outubro
-quando termina o campeonato de beisebol- até agora com
salários acima dessa quantia.
O número de aquisições caras pode parecer pequeno, mas
não é. Tradicionalmente, as
maiores contratações só ocorrem mais adiante no período
fora de temporada, quando
equipes e agentes de jogadores
já "testaram" o mercado com
sondagens e tentativas de acordos que não vingaram.
Uma explicação para a correria pelos negócios bombásticos
está na eleição de Barack Obama. O novo governo dos EUA
deve aumentar as taxas sobre
os ganhos dos atletas. A maior
mordida, porém, só deve incidir sobre contratos fechados
após a instituição do novo índice de imposto. E Obama tomará posse em 20 de janeiro.
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