da Reportagem Local

Mais jogos ao vivo, mais eventos e menos comentários. Esse deverá ser o novo perfil da programação de esportes da Bandeirantes.
A emissora paulista oficializou ontem o acordo -revelado pela Folha no último dia 19, com exclusividade- pelo qual a empresa de marketing esportivo Traffic, dirigida por J. Hawilla, passa a controlar o departamento de esportes da Bandeirantes no ano que vem.
Pelo contrato, anual e renovável indefinidamente, a Bandeirantes cede à Traffic a administração de funcionários, equipamentos e parte de sua grade horária em troca de uma parte do faturamento e uma parte dos lucros. A Traffic gerenciará todas as despesas e receitas do departamento de esportes.
O acordo foi fechado no momento que a Bandeirantes atravessava sua pior crise nesse segmento. Sua perspectiva há duas semanas era a de transmitir só o Brasileiro-99.
Com Hawilla, irá exibir seis campeonatos estaduais, a Copa do Brasil, o Brasileiro e a Libertadores da América, mais competições e amistosos da seleção em quatro categorias (sub-17, sub-20, pré-olímpica e principal) -e possivelmente as Copas de 2002 e 2006, cujos direitos foram comprados pela Rede Globo, que pode negociá-los.
A Traffic, além da maior parte dos lucros, poderá exibir competições sobre as quais já tinha os direitos de TV. A empresa estima em R$ 70 milhões o valor dos direitos de imagem nas competições que colocará no ar somente neste ano.
As mudanças visarão a agilidade, disse Hawilla. Programas longos e de produção barata serão encurtados e terão mais reportagens.
O "Show do Esporte", programa esportivo dominical da emissora, por exemplo, passará das atuais 12 horas para no máximo oito. "Não existe evento de qualidade que encha tanto tempo", disse Hawilla.
Segundo Nilton Travesso, diretor de programação da emissora, deverá haver um aumento de 30% do tempo dedicado à exibição de eventos, mas o total dedicado aos programas deverá ser reduzido.
O contrato com a Traffic entra em vigor neste dia 1º, mas as mudanças na programação só irão ao ar no dia 7 de março, um domingo.
Segundo Hawilla e o vice-presidente da Bandeirantes, Johny Saad, não estão definidos o formato dos programas nem quem ficará da equipe atual da emissora. "A maior parte fica", disse Hawilla, "mas nada está definido".
O novo diretor de esportes da Bandeirantes será designado por Hawilla e ainda não foi definido.
A associação Bandeirantes-Traffic também deve ter influência na política do futebol. Como a Traffic é a agência oficial da Confederação Brasileira de Futebol, a emissora, antes mais próxima do presidente da Federação Paulista, Eduardo José Farah, do que de Ricardo Teixeira, da CBF, deve mudar de lado.



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