Choque entre Webber e Vettel dá dobradinha à McLaren no GP da Turquia

GP da Turquia
1º Lewis Hamilton 1h28min47s620
2º Jenson Button a 2s645
3º Mark Webber a 24s285

Fred Dufour/France Presse

Vettel gesticula após o enrosco com Webber

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A ISTAMBUL

Azar de uns, sorte de outros. Ontem, no GP da Turquia, o azar foi da Red Bull, que perdeu o que seria sua terceira dobradinha no ano após um choque entre Mark Webber e Sebastian Vettel, na 39ª volta, quando disputavam o primeiro lugar.
A sorte, por outro lado, foi da McLaren, que, naquele momento da prova, herdou não só a vitória como a dobradinha, sua segunda nesta temporada da F-1.
Dobradinha que, por pouco, não acaba como a da Red Bull, depois de uma batalha semelhante entre Lewis Hamilton e Jenson Button, também pela primeira posição.
"Acho que foi uma pena para a Red Bull, mas foi muito bom para nós, que temos trabalhado duro o ano todo e há algum tempo merecíamos estar na primeira fila", disse Hamilton, o vencedor em Istambul. Button foi o segundo, e Webber, apesar da batida, completou em terceiro.
Mas as emoções no GP da Turquia não ficaram reservadas apenas para as últimas voltas. Terceiro no grid, Vettel ultrapassou Hamilton, o segundo, logo na largada.
O inglês deu o troco na sequência e recuperou a segunda colocação. Atrás, Button perdeu o quarto posto para Michael Schumacher, mas se recuperou e fechou a primeira volta na quarta posição.
Pole pela terceira corrida seguida, Webber manteve-se na frente até os pit stops.
"Tudo estava indo bem até aquele momento, apesar de o Lewis [Hamilton] estar um pouco mais rápido do que eu", explicou o piloto australiano, que manteve a liderança do Mundial de Pilotos.
Nos boxes, a Red Bull foi mais eficiente do que a McLaren, e Vettel ganhou o segundo lugar de Hamilton.
Mas, na pista, graças ao "duto F", o sistema que dá mais velocidade nas retas, a equipe inglesa não dava sossego à dupla adversária, que não conseguia se distanciar.
Hamilton fez algumas tentativas para superar Vettel até que seu time pediu que ele economizasse combustível. Aí foi a vez de o piloto alemão passar a atacar seu companheiro, Webber, que se mantinha na liderança.
Na 39ª volta, após três giros mais rápidos do que os do australiano, Vettel deu o bote. Jogou seu Red Bull para a esquerda e ficou lado a lado com Webber. Tocaram-se.
O pneu traseiro do RB6 de Vettel estourou. Ele rodou e acabou na área de escape, revoltado, fazendo gestos de que o parceiro estava louco.
"Obviamente não estou feliz. Eu estava por dentro, focado no ponto de frenagem, nos tocamos e foi isso", disse o alemão, que abandonou o GP e caiu de segundo para quinto lugar no campeonato.
Webber teve de ir aos boxes, trocou o bico do carro e, como tinha uma vantagem grande para Schumacher, manteve-se em terceiro.
"Àquela altura da corrida eu não ia abrir mão da liderança. Mas, como a curva era dele, tentei deixar o mínimo de espaço, para ter certeza de que ele ficaria na parte suja da pista. Mas, de repente, ele veio para cima e batemos", justificou-se o australiano.
Chistian Horner, chefe da Red Bull, reclamou. "O que peço é que lutem por posições, mas deem espaço um ao outro. Não fizeram isso."


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