DA REPORTAGEM LOCAL
DO ENVIADO A SANTO DOMINGO

Laura Azevedo, 21, pode conseguir competir no Pan de Santo Domingo graças a uma liminar. A nadadora deve entrar hoje ou amanhã na Justiça comum para garantir sua vaga na equipe brasileira de revezamento 4 x 100 m medley (ela nadaria borboleta).
A atleta foi suspensa preventivamente após ser pega no antidoping para três esteróides anabólicos -estanozolol, nortestosterona e metiltestosterona- em coleta feita no Troféu Brasil, no Rio, em maio. Ela nega que tenha feito uso de substâncias proibidas.
"Requisitei um teste de DNA. E ele apontou que a urina não era minha", afirma a nadadora.
O resultado do exame dá duas hipóteses possíveis. Segundo ele, ou "a amostra de urina é de Laura, contando, no entanto, com DNA nuclear exógeno (proveniente de outro doador)", ou "não é de Laura, porém, foi doada por indivíduo pertencendo à mesma linhagem materna de Laura".
"A segunda hipótese foi descartada porque não havia nenhum parente da Laura próximo ao local de competição", diz Ricardo Barbosa, advogado da atleta.
"Vamos entrar na Justiça para reintegrá-la ao time do Pan. Não queremos indenização. Estamos só atrás de assegurar um direito da atleta", completa Barbosa.
Segundo o médico Eduardo de Rose, responsável pelo controle do Troféu Brasil, o resultado do exame só é possível em duas situações: ou a atleta passou um gel de DNA na uretra ou injetou outra urina em sua bexiga através de sonda. "Ela assinou duas vezes um documento atestando que aquela urina era dela. Não houve manipulação", afirma o médico.
Na época, Laura alegou que o exame positivo fora resultado de um remédio, o Onplanon, que tomara para brecar a menstruação.
O diretor médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, porém, Marcos Bernhoefit, descartou o argumento.
"Em hipótese alguma um remédio para menstruação geraria o aparecimento de três esteróides", afirmou o médico. (ALF E JCA)


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