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São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003

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FUTEBOL

Estudo diagnostica defeito do time e define metas para as eliminatórias

Manual de Parreira exorta atletas a jogar sem a bola

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, vai exortar os pentacampeões a jogar sem a bola nas eliminatórias.
O desafio foi estabelecido pelo treinador no seu primeiro estudo escrito em conjunto com o coordenador técnico Zagallo desde a volta da dupla ao comando da seleção. A espécie de manual define os principais objetivos na disputa da vaga para a Copa de 2006, que vai começar em setembro.
O texto, concluído no início da semana, foi obtido pela Folha. Com cinco páginas, ele será distribuído pela comissão técnica aos atletas na próxima reunião do grupo, que poderá ocorrer no próximo mês (caso a CBF marque um amistoso), ou no início da preparação para as eliminatórias.
Depois de analisar os sete jogos da seleção desde que Parreira assumiu, a comissão técnica diagnosticou que ""o maior desafio do futebol brasileiro é aprender a jogar sem a bola". ""Quando conseguirmos isso, estaremos muito próximos do sucesso", afirmam Parreira e Zagallo no texto.
Surpresos com a ""capacidade de marcação dos adversários", principalmente de Camarões, que venceu a seleção na Copa das Confederações, ambos acreditam que está em vigor uma nova ordem no futebol mundial. A dupla afirma que os rivais ""aperfeiçoaram uma nova forma de jogar".
"Os adversários desenvolveram no limite máximo a capacidade de marcação, de não nos deixar jogar. Jogam defendendo a partir da intermediária, com dez atrás, preenchendo todos os espaços e usando os contra-ataques. Demostram uma condição física invejável e o fazem com muita intensidade, disciplina e aplicação", sentencia a comissão técnica.
Para tentar se adequar aos novos tempos, Parreira e Zagallo definiram no manual os pontos vitais para a seleção se moldar taticamente ao estilo pretendido por eles. No texto, os dois dirão aos convocados "que não bastam bons jogadores para se ter sucesso". Eles vão cobrar solidariedade dos atletas. Segundo a dupla, "é fundamental que o talento seja apoiado por um bom trabalho de equipe e que haja uma tática coerente com histórico, estilo, filosofia e qualidade dos jogadores".
Na tentativa de convencer os convocados da importância da marcação, os treinadores dizem que "o futebol brasileiro e a seleção tornam-se praticamente imbatíveis quando conseguem igualar as seguintes variantes: ter disciplina tática, ocupar espaços, jogar com entusiasmo e vontade, impor-se tecnicamente e, sobretudo, sentir prazer e alegria naquilo que se faz".
"Se nós fizermos contra eles marcação idêntica, com a nossa superioridade técnica, iremos sempre levar vantagem", relatam Parreira e Zagallo no manual.
No documento, a dupla também vai deixar claro para os atletas que não quer repetir as campanhas decepcionantes da seleção nas duas últimas participações nas eliminatórias, quando o país só ganhou vaga na última rodada.


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