EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez no clássico, na era dos pontos corridos, o Corinthians vai olhar para baixo para enxergar o Santos. Mas verá Robinho, símbolo de um jejum de vitórias contra o rival que já dura três anos e dez partidas, que retorna hoje ao time após um mês. Mas dá de ombros para isso.
"Eu já tive oportunidades de enfrentar o Robinho. É um grande jogador, mas está sem jogar faz um bom tempo. Queira ou não, isso faz diferença. E temos de aproveitar nossa boa fase", afirmou o lateral Gustavo Nery.
O goleiro Fábio Costa, que já foi companheiro do atacante no Santos, também disse não temer o retorno do atleta. "Para o espetáculo vai ser bom. Mas é um momento diferente. Nós estamos bem e podemos vencer independentemente de quem vai jogar", disse o camisa 1 corintiano.
O clube do Parque São Jorge tenta alcançar pela primeira vez a liderança nesse sistema de disputa do Brasileiro à frente de um de seus maiores carrascos na tabela do torneio. Os corintianos são vice-líderes, com 31 pontos, um a menos que a Ponte Preta.
Os santistas, que disputaram o título nas duas últimas edições e sempre estiveram por cima do rival na classificação, ocupam a sexta posição, com 24 pontos.
Nas edições de 2003 e 2004, os praianos triunfaram duas vezes diante dos adversários e empataram outras duas. Neste ano, os corintianos já apanharam na Vila Belmiro. No confronto que marcou o duelo individual entre Tevez e Robinho, pelo Campeonato Paulista, o santista, em uma atuação exuberante, conduziu sua equipe a um indiscutível 3 a 0.
Robinho é marca maior do jejum do Corinthians em relação ao rival. Atuou oito vezes no clássico, venceu sete, empatou uma, marcou quatro vezes e imortalizou suas pedaladas na decisão do Brasileiro de três anos atrás.
"Eu não atribuo as vitórias do Santos só ao Robinho. É claro que é um jogador de peso, faz diferença, mas o Santos sempre teve times muitos fortes", disse o zagueiro corintiano Betão, sem saber que o atacante atuaria.
"Como perderam muitas peças, eles precisam de tempo para se levantarem. Os jogadores que estão lá são vencedores", afirmou.
Diante de um rival fragilizado e há três jogos sem vitória, os jogadores do Parque São Jorge admitem o favoritismo e chance jamais tida nos anos de jejum para inverter o jogo. "Sem dúvida, é um momento muito bom para a gente", afirmou o volante Wendel.
"Desde que comecei nos profissionais do Corinthians, perdi quase todas e empatei somente uma. Esperamos derrubar esse tabu", declarou o atacante Jô.
Os números atuais credenciam os corintianos ao favoritismo. O time vem de cinco vitórias consecutivas e tem o melhor ataque até o início da rodada, com 34 gols.
Caso vença, e a Ponte Preta tropece, o clube do Parque São Jorge assumirá pela primeira vez a liderança de um torneio sob a gestão da parceria com MSI.
O time também é o que mais virou jogos no Brasileiro -foram seis no total.