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FUTEBOL
Pela primeira vez, equipe, que pega Atlético-PR, joga no Pacaembu sem torcida para cumprir punição do STJD
Palmeiras joga "mudo" na casa corintiana
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Na 976ª partida que o Palmeiras
fará no Pacaembu, hoje será a primeira vez que ele entrará calado
no estádio tido como a casa do
Corinthians -maior rival histórico do alviverde.
Por decisão do STJD, o time palmeirense foi punido e terá de
atuar a partir das 18h10 no estádio
municipal, sem a cobrança de ingressos, sem as torcidas e com os
portões fechados.
O motivo da pena: dois torcedores com a camisa do Palmeiras invadiram o gramado no clássico
vencido pelo Corinthians (3 a 1),
no dia 10 de julho, no Morumbi.
O mando era corintiano, mas os
invasores foram alviverdes. Desse
modo, o tribunal transferiu a partida de hoje, ante os paranaenses,
do Parque Antarctica, a casa do
Palmeiras, para o Pacaembu, onde o Corinthians tradicionalmente manda seus jogos.
"É ridículo. O torcedor não verá
o espetáculo. Ainda por cima, o
Palmeiras foi punido no mando
do rival por causa de gente que foi
presa pelo que fez", criticou o técnico palmeirense, Emerson Leão.
Ele disse que só presenciou um
jogo sem público uma única vez
em sua vida. "Foi quando ainda
era goleiro no Comercial [de Ribeirão Preto] e enfrentamos a
Portuguesa no campo do Guarani
[Brinco de Ouro] num jogo que
não havia terminado e teve de ser
disputado novamente."
Mas de nada adiantou Leão rugir à ausência dos torcedores, que,
nos sete jogos que o Palmeiras fez
como mandante no Parque Antarctica, ajudaram o clube a chegar à média de 12.107 pagantes,
segundo o Datafolha.
Pior para os fãs palmeirenses,
alijados de torcer para seu time,
que busca retomar o caminho da
vitória após o empate sem gols
contra o Flamengo, na quinta-feira passada, no Rio. Com o resultado, Leão teve quebrada a seqüência de duas vitórias seguidas contra Figueirense, fora, na sua estréia, e Atlético-MG, em casa.
Pior também para os cofres do
Palmeiras, que deixarão de lucrar
com o veto à cobrança de ingressos. A média da receita do clube
nos sete jogos que fez como mandante nesse Campeonato Brasileiro é de R$ 145.262,29.
"É mesmo uma pena. Além da
falta de torcida teremos prejuízo
financeiro", disse Salvador Hugo
Palaia, diretor de futebol do Palmeiras. Para efeito comparativo,
um aluguel do estádio custa entre
8 mil e 12 mil reais. A capacidade
do Pacaembu, segundo a revista
"Placar", é de 40.260 pessoas.
"Não concordo com esse critério de punição, pois prejudica todos. É uma experiência nova para
mim, mas isso só atrapalha o futebol", lamentou o meia Juninho.
Já o goleiro Sérgio -titular pela
quarta vez seguida desde que
Leão assumiu o cargo- disse que
dá até para se tirar proveito da falta de pessoas e também de sons.
"Sem o barulho da torcida dá
para escutar mais o que a gente
fala em campo e organizar a defesa e o meio-campo", disse Sérgio,
que substitui Marcos. Alegando
"falta de motivação" e "dores no
pulso esquerdo", o pentacampeão foi afastado, mas deve estar
à disposição de Leão amanhã.
A última vez que o Palmeiras
atuou no Pacaembu foi no dia 12
de setembro de 2004, pelo Nacional, quando perdeu para o Santos
(2 a 1). Naquela ocasião, o público
pagante foi de 19.109 pessoas.
NA TV - Sportv (para Caxias
do Sul e Curitiba), ao vivo, às
18h10
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