São Paulo, domingo, 31 de julho de 2005

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FUTEBOL

Pela primeira vez, equipe, que pega Atlético-PR, joga no Pacaembu sem torcida para cumprir punição do STJD

Palmeiras joga "mudo" na casa corintiana

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Na 976ª partida que o Palmeiras fará no Pacaembu, hoje será a primeira vez que ele entrará calado no estádio tido como a casa do Corinthians -maior rival histórico do alviverde.
Por decisão do STJD, o time palmeirense foi punido e terá de atuar a partir das 18h10 no estádio municipal, sem a cobrança de ingressos, sem as torcidas e com os portões fechados.
O motivo da pena: dois torcedores com a camisa do Palmeiras invadiram o gramado no clássico vencido pelo Corinthians (3 a 1), no dia 10 de julho, no Morumbi.
O mando era corintiano, mas os invasores foram alviverdes. Desse modo, o tribunal transferiu a partida de hoje, ante os paranaenses, do Parque Antarctica, a casa do Palmeiras, para o Pacaembu, onde o Corinthians tradicionalmente manda seus jogos.
"É ridículo. O torcedor não verá o espetáculo. Ainda por cima, o Palmeiras foi punido no mando do rival por causa de gente que foi presa pelo que fez", criticou o técnico palmeirense, Emerson Leão.
Ele disse que só presenciou um jogo sem público uma única vez em sua vida. "Foi quando ainda era goleiro no Comercial [de Ribeirão Preto] e enfrentamos a Portuguesa no campo do Guarani [Brinco de Ouro] num jogo que não havia terminado e teve de ser disputado novamente."
Mas de nada adiantou Leão rugir à ausência dos torcedores, que, nos sete jogos que o Palmeiras fez como mandante no Parque Antarctica, ajudaram o clube a chegar à média de 12.107 pagantes, segundo o Datafolha.
Pior para os fãs palmeirenses, alijados de torcer para seu time, que busca retomar o caminho da vitória após o empate sem gols contra o Flamengo, na quinta-feira passada, no Rio. Com o resultado, Leão teve quebrada a seqüência de duas vitórias seguidas contra Figueirense, fora, na sua estréia, e Atlético-MG, em casa.
Pior também para os cofres do Palmeiras, que deixarão de lucrar com o veto à cobrança de ingressos. A média da receita do clube nos sete jogos que fez como mandante nesse Campeonato Brasileiro é de R$ 145.262,29.
"É mesmo uma pena. Além da falta de torcida teremos prejuízo financeiro", disse Salvador Hugo Palaia, diretor de futebol do Palmeiras. Para efeito comparativo, um aluguel do estádio custa entre 8 mil e 12 mil reais. A capacidade do Pacaembu, segundo a revista "Placar", é de 40.260 pessoas.
"Não concordo com esse critério de punição, pois prejudica todos. É uma experiência nova para mim, mas isso só atrapalha o futebol", lamentou o meia Juninho.
Já o goleiro Sérgio -titular pela quarta vez seguida desde que Leão assumiu o cargo- disse que dá até para se tirar proveito da falta de pessoas e também de sons.
"Sem o barulho da torcida dá para escutar mais o que a gente fala em campo e organizar a defesa e o meio-campo", disse Sérgio, que substitui Marcos. Alegando "falta de motivação" e "dores no pulso esquerdo", o pentacampeão foi afastado, mas deve estar à disposição de Leão amanhã.
A última vez que o Palmeiras atuou no Pacaembu foi no dia 12 de setembro de 2004, pelo Nacional, quando perdeu para o Santos (2 a 1). Naquela ocasião, o público pagante foi de 19.109 pessoas.


NA TV - Sportv (para Caxias do Sul e Curitiba), ao vivo, às 18h10


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