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JUCA KFOURI
Ressurge o alviverde imponente?
Quatro jogos, quatro ótimos
resultados, bastaram para
mudar os ares palmeirenses e
as desconfianças sobre o time
PRIMEIRO FOI o Vasco, 4
a 2: "Ah, mas do Vasco
até o time da minha rua
ganha", o torcedor pessimista
pensou. Depois veio o Corinthians, rival tradicionalíssimo, 1 a 0: "Tudo bem, ganhar
deles sempre é bom, Mas eles
estão uma baba", ponderou o
torcedor cético. Em seguida,
o Goiás, 3 a 1, no Serra Dourada, onde é tão difícil batê-lo
que até o campeão do ano
passado foi derrotado lá, na
derradeira partida do Brasileirão: "É, alguma coisa mudou", concedeu o torcedor
ainda desconfiado. E, agora, o
adversário foi o Paraná Clube,
oito jogos sem perder, seis vitórias consecutivas, outro 4 a
2: "Ninguém segura mais",
sonham todos os palmeirenses, com alguma razão. E fé.
Porque não apenas o resultado fala por si mesmo, mas,
como contra o Vasco, o futebol apresentado convenceu.
Mais até: entusiasmou pela
capacidade de entrega, pela
obediência tática e pelo poder
de reação porque, convenhamos, diante de um oponente
bem organizado, o empate
em dois gols depois da vantagem duramente obtida por 2
a 0, era para abalar qualquer
convicção.
Mas, qual.
O Palmeiras nem deixou os
paranistas se aproveitarem
do ótimo momento e tratou
de recuperar a vantagem, em
bela trama. Que culminou no
golaço de falta cobrada por
Alceu, para coroar uma vitória digna mesmo de entusiasmar os mais exigentes.
Não, o Palmeiras não descobriu de repente que tem
um timaço.
Certamente é inferior ao
São Paulo, ao Inter, ao Cruzeiro, mas... quem mais? Mais
ninguém.
Neste diapasão dá para projetar dias melhores, bem melhores, à altura das tradições
palmeirenses.
E, quando se diz que nada é
por acaso nem de repente, está óbvio que Tite e seus comandados souberam se aproveitar da parada do campeonato para pôr ordem na casa
dentro e fora do campo.
O comportamento, também fora e dentro do campo,
de Edmundo, parece ser emblemático.
O que se esperava de Tite
acabou superado pelo que se
viu nas últimas quatro partidas do Palmeiras. Previa-se
que ele trataria de arrumar a
defesa, de fazer o time não dar
espaços aos adversários.
E não que ele não tenha
cumprido, mas o time sofreu
cinco gols em quatro jogos,
média alta para o padrão Tite
de ser.
Só que, por outro lado, isto
é, do outro lado, lá na frente, o
Palmeiras marcou 12 gols,
média alta para qualquer padrão no futebol atual.
Jogadores em desgraça
passaram a ser aplaudidos e
meninos como o goleiro Diego Cavalieri puderam entrar
no fogo sem se queimar.
Futebol não tem mistério, é
o que todos dizem para simplificar.
E não tem mesmo.
Mas é capaz de mudar da
água para o chianti uma situação de calamidade para pintá-la com o verde da esperança:
"Uma esperança que já dá para apalpar", arremata o torcedor realista.
Máximas do futebol
Quando a fase é ruim, tudo
dá errado. De fato.
Atacante perde gol feito
como Rafael Moura perdeu
no Recife; goleiro falha como
Sílvio Luiz falhou novamente no Arrudão lotado e o árbitro não marca pênalti, como não marcou para o Corinthians diante do Santa
Cruz. Só que os adversários
ganharam sua quarta partida
seguida e os alvinegros completaram o dobro sem vencer.
Quando a fase é boa, tudo
dá certo. Nem sempre.
Que o diga o time B do São
Paulo, goleado pelo Santos.
O tricolor até estava melhor,
tinha mandado bola na trave,
mas, bobeou. Tomou o primeiro gol na esperteza da batida rápida de uma falta e
abriu a porteira para a goleada santista.
blogdojuca@uol.com.br
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