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CIDA SANTOS
O invicto e a decepção
O que diferencia o Brasil dos demais é a velocidade e o talento de Ricardinho; a Itália faz campanha fraca na Liga
INÍCIO DE temporada e a seleção
brasileira vai se acertando aos
poucos. Mesmo assim, passou
fácil por Portugal nos dois jogos do
fim de semana. Duas vitórias por 3 a
0. Em seis jogos na Liga Mundial, o
time está invicto: só perdeu um set.
A autora da façanha foi a Argentina.
Ontem, no segundo jogo contra os
portugueses, o Brasil jogou sem
Dante. No sábado, ele sentiu dores
no joelho direito. Murilo entrou no
seu lugar no terceiro set e voltou a
atuar ontem. Mais uma vez, foi bem.
O que diferencia a seleção brasileira das demais é a velocidade do jogo
e o talento do levantador Ricardinho. Por isso, Portugal forçou o saque para quebrar a recepção do adversário. Sábado, no primeiro set,
conseguiu uma seqüência espetacular de seis saques com Flávio Cruz e
desequilibrou o Brasil.
No domingo, a seleção, mais concentrada, mostrou um saque mais
agressivo, mais eficiência nos contra-ataques e contou com Giba inspirado. Resultado: a vitória veio
mais fácil. Portugal já mostrou evolução com o técnico Chico dos Santos: melhorou o bloqueio e está jogando com mais velocidade.
No balanço até agora da Liga
Mundial, não há concorrentes: a Itália é a maior decepção. Nas últimas
quatro partidas, todas em casa, sofreu quatro derrotas. Duas para a
França e mais duas para a Rússia.
Com essa campanha, o time italiano corre o risco de não passar para a
fase final, em Moscou. Só uma equipe de cada uma das quatro chaves se
classifica. Como sede da fase decisiva, a Rússia já tem vaga garantida. A
luta é contra a França. A outra integrante do grupo é a frágil China.
Para complicar a situação dos italianos, os próximos jogos contra
França e Rússia serão na casa dos rivais. Se bem que dificilmente a Itália
ficará fora já que uma vaga da final é
para um convidado da federação internacional. E adivinhe quem será o
convidado se a Azzurra fracassar?
Sábado, depois da primeira derrota para os russos, o técnico Gianpaolo Montali tentou amenizar o fracasso. Disse que a Rússia é provavelmente hoje o time mais forte do
mundo. Nem citou o Brasil, atual
campeão mundial e olímpico. Será
que foi por causa da rivalidade ou
para justificar a derrota?
O certo é que na hora de fazer a autocrítica, Montali disse que a Itália
tem que atuar mais como um time e
não perder de vista o objetivo maior,
que certamente é o Mundial de novembro. Ou seja: os resultados que
estão acontecendo agora podem ser
bem diferentes mais pra frente.
Já a Rússia é comandada por Zoran Gajic. Lembra dele? Nos Jogos
de Sydney-2000, Gajic foi o técnico
da então Iugoslávia, a campeã. Agora, ele tem a missão de fazer a seleção russa reviver seus anos de ouro.
Gajic está mesclando jogadores
experientes, como Tetyukhin, com
outros bem jovens como o levantador Grankine, 21 anos e 1,95 m, e o
central Abrossimov, 22 anos e 2,06
m. A mistura está dando certo.
OS INVICTOS
Além do Brasil, só Cuba e Bulgária ainda não perderam na Liga.
Mas os cubanos e os búlgaros têm
dois jogos a menos. As duas seleções se enfrentam hoje e amanhã
em Havana. Os confrontos não foram no fim de semana por causa
dos Jogos Centro-Americanos.
QUE DERROTAS!
A Finlândia, próxima adversária
do Brasil na Liga, caiu fácil diante
da Argentina no fim de semana.
Mesmo em casa, perdeu as duas
partidas por 3 sets a 0. E os argentinos não estão com essa bola toda.
A SURPRESA
A França pode ser a surpresa do
Grupo C. Ganhou um jogo da Rússia, dois da Itália e no fim de semana arrasou a China. A próxima rival
é a Itália. Se vencer novamente, já
poderá comemorar a classificação.
cidasan@uol.com.br
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