São Paulo, segunda-feira, 31 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CIDA SANTOS

O invicto e a decepção

O que diferencia o Brasil dos demais é a velocidade e o talento de Ricardinho; a Itália faz campanha fraca na Liga

INÍCIO DE temporada e a seleção brasileira vai se acertando aos poucos. Mesmo assim, passou fácil por Portugal nos dois jogos do fim de semana. Duas vitórias por 3 a 0. Em seis jogos na Liga Mundial, o time está invicto: só perdeu um set. A autora da façanha foi a Argentina.
Ontem, no segundo jogo contra os portugueses, o Brasil jogou sem Dante. No sábado, ele sentiu dores no joelho direito. Murilo entrou no seu lugar no terceiro set e voltou a atuar ontem. Mais uma vez, foi bem.
O que diferencia a seleção brasileira das demais é a velocidade do jogo e o talento do levantador Ricardinho. Por isso, Portugal forçou o saque para quebrar a recepção do adversário. Sábado, no primeiro set, conseguiu uma seqüência espetacular de seis saques com Flávio Cruz e desequilibrou o Brasil.
No domingo, a seleção, mais concentrada, mostrou um saque mais agressivo, mais eficiência nos contra-ataques e contou com Giba inspirado. Resultado: a vitória veio mais fácil. Portugal já mostrou evolução com o técnico Chico dos Santos: melhorou o bloqueio e está jogando com mais velocidade.
No balanço até agora da Liga Mundial, não há concorrentes: a Itália é a maior decepção. Nas últimas quatro partidas, todas em casa, sofreu quatro derrotas. Duas para a França e mais duas para a Rússia. Com essa campanha, o time italiano corre o risco de não passar para a fase final, em Moscou. Só uma equipe de cada uma das quatro chaves se classifica. Como sede da fase decisiva, a Rússia já tem vaga garantida. A luta é contra a França. A outra integrante do grupo é a frágil China.
Para complicar a situação dos italianos, os próximos jogos contra França e Rússia serão na casa dos rivais. Se bem que dificilmente a Itália ficará fora já que uma vaga da final é para um convidado da federação internacional. E adivinhe quem será o convidado se a Azzurra fracassar?
Sábado, depois da primeira derrota para os russos, o técnico Gianpaolo Montali tentou amenizar o fracasso. Disse que a Rússia é provavelmente hoje o time mais forte do mundo. Nem citou o Brasil, atual campeão mundial e olímpico. Será que foi por causa da rivalidade ou para justificar a derrota?
O certo é que na hora de fazer a autocrítica, Montali disse que a Itália tem que atuar mais como um time e não perder de vista o objetivo maior, que certamente é o Mundial de novembro. Ou seja: os resultados que estão acontecendo agora podem ser bem diferentes mais pra frente.
Já a Rússia é comandada por Zoran Gajic. Lembra dele? Nos Jogos de Sydney-2000, Gajic foi o técnico da então Iugoslávia, a campeã. Agora, ele tem a missão de fazer a seleção russa reviver seus anos de ouro.
Gajic está mesclando jogadores experientes, como Tetyukhin, com outros bem jovens como o levantador Grankine, 21 anos e 1,95 m, e o central Abrossimov, 22 anos e 2,06 m. A mistura está dando certo.

OS INVICTOS
Além do Brasil, só Cuba e Bulgária ainda não perderam na Liga. Mas os cubanos e os búlgaros têm dois jogos a menos. As duas seleções se enfrentam hoje e amanhã em Havana. Os confrontos não foram no fim de semana por causa dos Jogos Centro-Americanos.

QUE DERROTAS!
A Finlândia, próxima adversária do Brasil na Liga, caiu fácil diante da Argentina no fim de semana. Mesmo em casa, perdeu as duas partidas por 3 sets a 0. E os argentinos não estão com essa bola toda.

A SURPRESA
A França pode ser a surpresa do Grupo C. Ganhou um jogo da Rússia, dois da Itália e no fim de semana arrasou a China. A próxima rival é a Itália. Se vencer novamente, já poderá comemorar a classificação.


cidasan@uol.com.br

Texto Anterior: Punição: Fia exclui carros da Midland
Próximo Texto: Brasil encolhe e prevê dificuldade no Mundial
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.