São Paulo, domingo, 31 de julho de 2011

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Cesar Cielo fatura seu segundo ouro no Mundial e diz que caso de doping o tornou mais maduro

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI

Dentro da água, Cesar Cielo, 24, foi incontestável. Com muita facilidade, deslizou ontem na piscina de Xangai para conquistar pela segunda vez consecutiva o título mundial dos 50 m livre.
Até então, o feito só havia sido atingido pelo americano Tom Jager, em 1986 e 1991.
Com 21s52, bateu por 0s38 o vice, o italiano Luca Dotto.
A mais acachapante vitória de 50 m livre em Mundiais.
"Dois ouros e um quarto lugar é melhor do que eu havia imaginado. Esta semana foi um desafio que nunca vi na natação brasileira. Talvez na mundial", afirmou Cielo, ouro nos 50 m borboleta e quarto nos 100 m livre.
"Estas medalhas têm um peso maior. É a primeira vez que olho para trás e tenho orgulho de tudo o que passei e superei", disse o nadador.
O ouro em sua prova favorita, na qual foi campeão olímpico e só perdeu uma vez desde 2008 em eventos de primeira linha, fechou a semana em que Cielo mostrou superação e maturidade para ganhar e perder. Mas foi contestado fora da água.
Seu caso de doping acabou só às vésperas do Mundial. A Corte de Arbitragem do Esporte manteve a advertência dada pela confederação brasileira. Cielo testou positivo para um diurético em maio e disse ter tomado suplemento contaminado por uma farmácia de manipulação de Santa Bárbara d'Oeste, sua terra natal.
A pena branda foi criticada em Xangai. Em sua estreia no Mundial, ele ouviu aplausos da torcida e apupos e manifestações dos atletas.
O diretor-executivo da Fina, Cornel Marculesco, disse à Associated Press que hoje, "com bom advogado, você se livra", em alusão ao badalado americano Howard Jacobs, contratado por Cielo.
"Não foi o cenário que eu imaginei, com certeza. Como pessoa, posso dizer que fiquei um pouco chateado. Como nadador, não afeta. Não vim aqui para fazer amigos", declarou o campeão.
"Vejo meu indivíduo como duas imagens. O nadador separa os problemas da vida e tira seu melhor. Como pessoa, é difícil. Ver um cara com quem você conversava, de repente, nem te dar "oi'", afirmou Cielo, acrescentando se sentir amadurecido.
"Com 24 anos, já passei por tudo o que o esporte oferece. Me sinto com 44 anos."
O técnico Alberto Pinto, o Albertinho, estava receoso com a reação do pupilo. "Não dava para saber como ele iria reagir. Estava apostando na força mental dele. Posso ver como está no treino, não sei como é quando vai para casa", disse. "Mas ficou a sensação de dever cumprido."

NA TV
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7h Record News


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