São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999
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PAN-AMERICANO
Janaína Espíndola diz que tema de sua apresentação veio de um musical que viu em Nova York
Broadway inspira bronze na patinação

Divulgação
Janaína Espíndola festeja a primeira medalha do país (um bronze) na patinação artística em Pans


EDGARD ALVES
enviado especial a Winnipeg (Canadá)


Um dos clássicos da literatura -""Os Miseráveis", de Victor Hugo- que serviu de tema para um espetáculo na Broadway, em Nova York, acabou adaptado ao esporte para se transformar na primeira medalha da patinação artística do Brasil em um Pan, anteontem à noite.
"Vi um grupo de dança da Broadway e decidi usar o mesmo tema na patinação", afirmou Janaína Espíndola, 21, a ganhadora da inédita medalha de bronze.
A de ouro ficou com os EUA, e a de prata, com a Argentina.
"Vesti roupa adequada ao tema. Na coreografia, executo saltos que gosto muito", afirmou Janaína, que definiu seu traje de exibição como "miserável-chique".
Andar sobre patins marcou a vida de Janaína logo cedo. Diz ela que aprendeu a patinar quando tinha um ano e meio de idade.
"Patins eram comuns na minha casa. Antes de meu nascimento, grávida, minha mãe patinava."
Janaína, de 1,66 m e 56 kg, nasceu em Porto Alegre (RS), onde sempre participou de shows como integrante do grupo Dom Bosco, que fechou as portas. Atualmente, ela está na Sociedade de Ginástica de Novo Hamburgo.
Por se tratar de uma atividade esportiva pouco desenvolvida no Brasil, para melhorar seu nível técnico e sua competitividade, ela busca aprimoramento no exterior. Anualmente, passa o período de janeiro a março nos EUA, treinando e acompanhando shows de dança e patinação.
Lá, conta com orientação do técnico Ray McDonnel, que dirigiu o ex-tricampeão mundial Heath Medeiros.
"Faço isso para me aprimorar. Em novembro, irei ao Mundial na Holanda", afirmou a atleta, a primeira a ganhar nota dez num campeonato brasileiro.
Itália e EUA despontam entre as principais forças nos Mundiais. Janaína tem um sexto lugar no Mundial-96, disputado na Argentina, que é o principal resultado do Brasil na competição.
Para conseguir manter essa atividade -o par de patins que ela usa custa cerca de US$ 1.000 e tem troca constante de peças-, Janaína, que é estudante de educação física, declarou que sempre contou com o apoio da família.
Tanto assim que a mãe ou o pai, ou às vezes os dois, mais o irmão, viajam para acompanhar suas apresentações no exterior.
Além disso, a atividade exige muito treinamento. Ela faz musculação três vezes por semana, dança jazz e agora aprende tango.
"Uma boa atleta mantém o nível até os 25 anos, mais ou menos. Não vivo sem a patinação. Sempre vou treinar, dar aulas."


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