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Grêmio x Grêmio, numa tarde alvinegra
ALBERTO HELENA JR.
da Equipe de Articulistas
Sábado, em Porto Alegre,
Grêmio versus Grêmio. Resultado: 1 a 1, claro. Gols: ambos
de cabeça, claro. E, mais claro
ainda, um festival de encontrões, carrinhos, chutões, balões de área a área, de repente
uma corrida desembestada, e
eis o "creme de la creme" do
jogo. Ah, sim, vez por outra,
uma jogada lúcida e inventiva
de Alex, embora inconsistente.
O Grêmio gaúcho esteve um
ponto acima do Grêmio paulista, durante todo o primeiro
tempo. Mas o Grêmio paulista
se recuperou na primeira metade do segundo, quando marcou seu gol, via Paulo Nunes,
ex-gremista gaúcho. Mas, logo
depois, Zé Alcino, do Grêmio
gaúcho, empatou, graças à
prestimosa colaboração do goleiro Velloso, que saiu em falso
de sua meta, e dominou até o
final, só não chegando à vitória por obra do mesmo Velloso.
Placar justo, ao final, que deve ter sido comemorado pelos
gremistas de cá, já que empate
fora de casa é sempre melhor
do que derrota, não?
Só uns poucos eleitos devem
estar balançando a cabeça na
horizontal -lá em cima e cá
embaixo-, tipos como Heitor,
Romeu Pelliciari, Fiúme, Lima, Canhotinho, Ademir da
Guia, Tupãzinho, Jair Rosa
Pinto, Rivaldo, Djalminha e
Muller, alguns dos muitos que
construíram a história de um
espetáculo chamado Palestra e
depois Palmeiras.
Mas esses são apenas lembranças.
Zap, e eis o Corinthians flutuando em campo, diante de
um Guarani aguerrido e bem
armado. É a antítese do jogo
do Palmeiras. A bola é tecida,
tramada, costurada, aplainada, em plena velocidade, da
defesa ao ataque. E os gols surgem, num misto de surpresa e
certeza. Que vão sair, é evidente, mas como?
Num, Mirandinha escapa
pela esquerda, corta o zagueiro e mete uma bomba no canto
esquerdo. Noutro, Gamarra
aproveita falha do goleiro e
confere, de cabeça. Faltava,
pois, aquele elaborado, urdido, fruto mais da inteligência e
da habilidade do que do empenho ou do oportunismo. E é esse que cai nos pés de Vampeta,
como se os deuses quisessem
clamar aos treinadores: acabem com o cabeça-de-área cabeça-de-bagre. Por Zeus!
E Vampeta, o último homem
do esquema, é o primeiro a
chegar para receber o toque de
Marcelinho. Recebe, ilude dois
beques e, na saída do goleiro,
completa um gol de levantar
defunto. Um gol Viagra.
Enquanto o Santos se livrava
facilmente do Inter na Vila, o
tricolor, em Campinas, tinha
uma recaída diante da Ponte.
Na Vila, o Santos não precisou mais do que um tempo para definir o placar de 2 a 0 e
sua clara superioridade. Mais
que isso: é hoje o time que pratica o futebol mais parecido
com o do Corinthians: ofensivo, inteligente, veloz e leve, da
defesa ao ataque.
Já o São Paulo é a antítese
dele mesmo. Isto é: daquele tricolor campeão paulista: paquidérmico, na saída de bola,
sobrevive apenas das investidas de Serginho e do oportunismo de Dodô. Pouco até
mesmo para merecer o empate
de 1 a 1 com a Ponte.
Alberto Helena Jr. escreve às segundas, quartas e domingos
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