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FUTEBOL
Os artilheiros Vágner, 18 anos, e Elias, 17, já têm contrato profissional
Duas revelações aliviam o trágico 2002 palmeirense
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
A torcida do Palmeiras pode
não acreditar, mas 2002 não deve
ser lembrado só pela tragédia do
rebaixamento (Brasileiro), pela
eliminação para o São Paulo no risível critério dos cartões amarelos
(Rio-SP) e pelo insólito vexame
de sair da Copa do Brasil pelas
mãos do modesto Asa de Arapiraca (AL), logo na primeira rodada.
Neste epílogo do desastroso
ano, uma boa notícia para os palmeirenses vem de baixo. Das categorias de baixo.
Na onda dos "meninos da Vila",
o Palmeiras vê nascer em suas divisões de base dois aspirantes a
artilheiros. De um lugar que não
costuma brotar muitas jovens
promessas, o carioca Vágner, 18
anos, do time de juniores, e o paulistano Elias, 17, do juvenil, emergem como grandes esperanças e
já estão "protegidos" por contratos profissionais.
O primeiro, que se apresentará
ao técnico Jair Picerni logo após a
Taça São Paulo, foi o destacado
goleador do recém-finalizado
Paulista sub-20, em que o Palmeiras, não é exagero apontar, teve
sua principal alegria em 2002.
Vágner Silva de Souza foi o autor de 32 gols do time, em 24 jogos. O jovem atleta, sozinho, é responsável por 50% da produção
ofensiva do Palmeiras sub-20.
"O Vágner é um jogador de
muita força e velocidade. Sua finalização, com os dois pés, é excelente. Ele tem estilo próprio, é difícil de ser marcado. Apesar de sua
baixa estatura, cabeceia muito
bem. Está pronto para o time profissional", entusiasmou-se Karmino Colombini, responsável pelo time de juniores do Palmeiras.
Colombini chegou a dirigir a
equipe principal do Palmeiras no
último Brasileiro, em uma partida
contra o Coritiba no Parque Antarctica, quando o time passava
por sua dança dos técnicos. O treinador tampão relacionou Vágner
para o jogo e o colocou em campo
no segundo tempo.
"O Márcio Araújo [coordenador" e o Lapola [diretor de futebol" me falaram que em 2003 vou
subir para o profissional. Eles têm
conversado muito comigo", disse
Vágner, que veio a SP pelas mãos
do empresário Gilmar Rinaldi.
"Ele me trouxe e me botou no
São Paulo. Fiz teste, fui aprovado,
mas eles [o São Paulo e Rinaldi"
não se acertaram quanto à minha
permanência. Daí fui parar no
Palmeiras", contou a promessa.
A outra esperança a vir da pouco prolífica "escolinha" do clube,
o ex-juvenil Elias Trindade, deve
cumprir no primeiro semestre a
etapa dos juniores, o nível acima
ao de sua categoria e o degrau anterior ao profissionalismo.
"Mas me prometeram que eu
devo ser puxado para o elenco
principal no meio do ano", revelou o jovem atleta.
Elias fez parte da campanha do
Palmeiras no Paulista juvenil deste ano. O time parou nas semifinais, mas o garoto emplacou a artilharia do torneio, com 16 gols.
Desde então, Elias está amarrado ao Palmeiras por um contrato
profissional, com um rendimento
inicial de "uns R$ 400 mensais",
cerca de 200 vezes distante do que
recebe Dodô, o atual camisa 9 da
equipe principal palmeirense.
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