São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 2002

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FUTEBOL

Os artilheiros Vágner, 18 anos, e Elias, 17, já têm contrato profissional

Duas revelações aliviam o trágico 2002 palmeirense

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A torcida do Palmeiras pode não acreditar, mas 2002 não deve ser lembrado só pela tragédia do rebaixamento (Brasileiro), pela eliminação para o São Paulo no risível critério dos cartões amarelos (Rio-SP) e pelo insólito vexame de sair da Copa do Brasil pelas mãos do modesto Asa de Arapiraca (AL), logo na primeira rodada.
Neste epílogo do desastroso ano, uma boa notícia para os palmeirenses vem de baixo. Das categorias de baixo.
Na onda dos "meninos da Vila", o Palmeiras vê nascer em suas divisões de base dois aspirantes a artilheiros. De um lugar que não costuma brotar muitas jovens promessas, o carioca Vágner, 18 anos, do time de juniores, e o paulistano Elias, 17, do juvenil, emergem como grandes esperanças e já estão "protegidos" por contratos profissionais.
O primeiro, que se apresentará ao técnico Jair Picerni logo após a Taça São Paulo, foi o destacado goleador do recém-finalizado Paulista sub-20, em que o Palmeiras, não é exagero apontar, teve sua principal alegria em 2002.
Vágner Silva de Souza foi o autor de 32 gols do time, em 24 jogos. O jovem atleta, sozinho, é responsável por 50% da produção ofensiva do Palmeiras sub-20.
"O Vágner é um jogador de muita força e velocidade. Sua finalização, com os dois pés, é excelente. Ele tem estilo próprio, é difícil de ser marcado. Apesar de sua baixa estatura, cabeceia muito bem. Está pronto para o time profissional", entusiasmou-se Karmino Colombini, responsável pelo time de juniores do Palmeiras.
Colombini chegou a dirigir a equipe principal do Palmeiras no último Brasileiro, em uma partida contra o Coritiba no Parque Antarctica, quando o time passava por sua dança dos técnicos. O treinador tampão relacionou Vágner para o jogo e o colocou em campo no segundo tempo.
"O Márcio Araújo [coordenador" e o Lapola [diretor de futebol" me falaram que em 2003 vou subir para o profissional. Eles têm conversado muito comigo", disse Vágner, que veio a SP pelas mãos do empresário Gilmar Rinaldi.
"Ele me trouxe e me botou no São Paulo. Fiz teste, fui aprovado, mas eles [o São Paulo e Rinaldi" não se acertaram quanto à minha permanência. Daí fui parar no Palmeiras", contou a promessa.
A outra esperança a vir da pouco prolífica "escolinha" do clube, o ex-juvenil Elias Trindade, deve cumprir no primeiro semestre a etapa dos juniores, o nível acima ao de sua categoria e o degrau anterior ao profissionalismo.
"Mas me prometeram que eu devo ser puxado para o elenco principal no meio do ano", revelou o jovem atleta.
Elias fez parte da campanha do Palmeiras no Paulista juvenil deste ano. O time parou nas semifinais, mas o garoto emplacou a artilharia do torneio, com 16 gols.
Desde então, Elias está amarrado ao Palmeiras por um contrato profissional, com um rendimento inicial de "uns R$ 400 mensais", cerca de 200 vezes distante do que recebe Dodô, o atual camisa 9 da equipe principal palmeirense.



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