DA REPORTAGEM LOCAL

Tite convenceu a diretoria do Corinthians a dar-lhe quase 100% de aumento salarial e renovou contrato com o clube por um ano.
O acordo foi selado na noite de ontem. O treinador vai ganhar R$ 150 mil por mês. Ele recebia R$ 80 mil mensais e pedia R$ 200 mil para permanecer na equipe.
Depois de passar quase dois dias sem se comunicar com os dirigentes, aceitou ontem R$ 50 mil a menos que sua pedida inicial.
Com o martelo batido, a MSI promete agora definir as próximas contratações. Por enquanto, além de Tevez, só o volante Marcelo Mattos, ex-São Caetano, foi contratado, por cinco anos.
A demora para a renovação chegou a estremecer o relacionamento entre as partes.
Os dirigentes ficaram irritados com o aumento desejado e a indecisão do funcionário. O clube oferecia R$ 120 mil mensais.
Em conversas reservadas, cartolas dizem que, depois de fazer juras de amor ao time corintiano, Tite agiu como Vanderlei Luxemburgo. O novo técnico do Real Madrid estava apalavrado com o Corinthians, mas tentou aumentar sua pedida, segundo o clube.
O presidente corintiano, Alberto Dualib, e o vice Nesi Curi, chegaram a sugerir, anteontem, que a MSI desistisse de renovar o contrato do treinador gaúcho.
Se acertasse com o Corinthians, ex-santista teria R$ 450 mil mensais no primeiro dos três anos.
Anteontem, no final da tarde, o diretor de futebol, Paulo Angioni, disse a integrantes da comissão técnica que, como não havia recebido um telefonema de Tite, sentia-se desobrigado a honrar a oferta feita a ele.
No começo da noite, o treinador telefonou para o dirigente e pediu mais 24 horas para pensar.
Angioni manifestara publicamente irritação com a demora.
Ao acertar sua permanência, Tite descumpre de vez a promessa que fizera de não trabalhar com a MSI. Ao fim do Brasileiro, Tite participou de uma festa promovida pela empresa para apresentar o argentino Tevez ao elenco. Nela conversou com Kia Joorabchian e a diretoria corintiana. Disse que não tinha mais problemas pessoais com o iraniano. O desentendimento com ele acontecera por causa do convite feito a Luxemburgo ainda durante o Brasileiro.
Tite também ficara irritado com a cúpula corintiana por não impedir o assédio a outro técnico, enquanto ele estava no comando.
A demora para definir o treinador atrasou os planos da MSI. A diretoria corintiana prometera que a empresa terminaria o ano com pelo menos sete jogadores contratados. Mas, além de trazer dois reforços, o clube perdeu o volante Fabinho para o futebol japonês, mesmo destino de Zé Carlos, que já estava descartado.
Mesmo antes de renovar, Tite já falava sobre reforços. A próxima novidade deve ser a contratação de um meia. (RICARDO PERRONE)


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