São Paulo, quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

monopólio

Brasil corre São Silvestre para minimizar lavada

Quenianos só não venceram 5 corridas das 45 que disputaram em 2009 no país

Na tradicional prova de rua paulistana, africanos levam vantagem nas conquistas tanto entre os homens quanto entre as mulheres

Danilo Verpa/Folha imagem
Robert Cheruyot e James Kipsang, ontem, no parque Ibirapuera

JOSÉ EDUARDO MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os brasileiros disputam a 85ª São Silvestre hoje com a intenção de minimizar o incrível domínio dos quenianos no ano em provas de fundo no país.
Segundo levantamento feito pela Folha, das 45 corridas de que participaram, os africanos só não venceram cinco.
Mesmo com a inscrição de quase todos os principais nomes da modalidade no Brasil -a exceção é Marílson dos Santos-, os atletas da casa não parecem muito confiantes.
"É complicado vencê-los. É uma vergonha, mas, sendo realista, só temos um atleta, que é o Marílson, com tempos no nível deles", afirmou Marizete Rezende, que foi a ganhadora da São Silvestre de 2002.
As últimas vitórias na prova mais tradicional do país foram em 2006, com Franck Caldeira e Lucélia Peres. Na ocasião, porém, o temido grupo de quenianos não estava na elite.
Desde que passou a ser internacional, em 1945, a São Silvestre foi vencida 11 vezes por quenianos e dez por brasileiros. Entre as mulheres, foram sete triunfos portugueses, seis do Quênia e cinco brasileiros.
Na prova de hoje, com largada às 16h25 no feminino e às 16h42 para os homens, o favoritismo é dos africanos, com os quenianos Robert Cheruiyot, James Kipsang (atual vencedor da São Silvestre) e Margaret Okayo, mais a etíope bicampeã olímpica Derartu Tulu.
"É muito fácil vencer os brasileiros. Acho que a diferença está no treinamento", diz a queniana Pasalia Kipkoech Chepkorir, 26, atual ganhadora da Volta da Pampulha.
Neste ano, o domínio dos africanos no Brasil foi completo. Com triunfos tanto nas provas mais importantes, como a Maratona de São Paulo, que teve Elias Chelimo e Margaret Karie como ganhadores, quanto nas de menor expressão.
Em busca das premiações, que variam entre R$ 500 e R$ 28 mil nos diversos circuitos de rua, mesmo atletas não tão renomados no Quênia desbancaram os brasileiros. Só Eunice Kirwa ganhou 12 provas de 10 km e de meia-maratona.
Para tentar conter os forasteiros, no início do ano a Confederação Brasileira de Atletismo limitou a três atletas por prova o número de participantes de cada país estrangeiro.
A regra, porém, pode ser flexibilizada. Para esta edição da São Silvestre, foi liberada a inscrição de cinco quenianos, gerando queixas dos brasileiros.


NA TV - Corrida de São Silvestre
Gazeta e Globo, ao vivo, às 16h25




Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Justificativa: Brasileiros dizem que houve falta de verba e estrutura
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.