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Leitora pede reportagem sobre deficientes físicos; a coluna do Álvaro e a carteirinha da Umes causam polêmica
Chico Buarque valoriza a MPB
Mangueira emociona, mas perde
Backstreet Boys não são garotas
Greenpeace
"Na ordem, primeiro o que o Mauricio Augusto (ed. de 22/2) falou
sobre as garrafas foi interessante, é
legal ver coisas diferentes no Folhateen, e não as mesmas matérias
sobre shows do Sepultura e Titãs.
A reportagem de drogas (ed. de
15/2) ficou muito mais chamativa
do que a do show do Sepultura (nada contra a banda). Segundo, queria falar sobre o Greenpeace, que
nasceu no Canadá e agora "é' do
mundo inteiro. Informações, de
graça, pelo tel. 0800-112510."
Guilherme Silveira, 17 (via e-mail)
Álvaro incoerente
"Detesto ter de evidenciar, como
outros leitores, o nome desse sujeito. Todo jornalista tem direito de
polemizar. Mas, pelo menos, mantenha a santa coerência! Na coluna
de 22/2, nosso "fantástico' colunista, que tanto manifesta seu apreço
pelo bom gosto popular em relação aos pagodes e axés, quer enterrar esse mesmo gosto popular
exaltando uma escola de samba
que desfila para jurados "descolados' da zona sul carioca."
Alexandre Tabosa Trevisani (São
Paulo, SP)
²
Os belos e a fera
"Estou indignada com o Fernando
Lopes (ed. de 15/2)! Ele pode não
gostar dos Backstreet Boys, mas
chamá-los de garotas? Sei que é difícil os meninos admitirem que outros são bonitos ou cantam bem (a
famosa masculinidade os impede),
mas está na hora de eles crescerem
e diferenciarem um grupo de garotos românticos de um de gays!"
Flávia Laroca , 13 (via e-mail)
Semicidadão?
"Tenho 22 anos e já vi matérias sobre deficientes físicos, auditivos,
visuais ou mentais, só que quase
sempre num estereótipo de semicidadão. Não temos direito a quase
nada neste país, somos os párias;
às vezes, até a própria família tem
vergonha do filho, irmão, parente
deficiente, tenha ele nascido assim
ou não. O pior é que somos tão
marginalizados que nós mesmos
temos vergonha do que somos.
Cito um exemplo: uso a Internet e
comentei com uma amiga de chat,
fora do reservado, que sou surda
desde os 9 anos. Um rapaz do chat,
também surdo, ficou chocado,
pois os deficientes auditivos escondem esse fato na Internet!
A seu pedido, contei que curso publicidade, dependo 100 % de leitura labial e me viro para assistir aula
(sento na primeira fileira, pego caderno emprestado, estudo em casa). E tenho um desempenho excelente. Sempre estudei com pessoas
"normais' e nunca me senti intelectualmente inferior!
Queria, então, pedir uma reportagem sobre jovens deficientes (auditivos ou não) que conseguem levar uma vida normal no Brasil, estudar, ter empregos, amigos e se
sentem capazes, para ajudar outros jovens a sair dessa clausura.
"Cada um sabe a dor e a delícia de
ser o que é', Caetano Veloso."
Lakshmi Lobato, (São Paulo, SP)
²
"MPB é de qualidade"
"Confesso que me perdi um pouco
na leitura do artigo do sr. Álvaro
(ed. de 22/2), pois, até a metade, eu
concordava que a Imperatriz fez
um desfile mais para o júri do que
para o público. Foi uma surpresa a
vitória da Imperatriz. É pena, a
Mangueira emocionou. E samba
serve pra isso, não para ser técnico.
Mas o que é uma escola de samba?
O termo se origina nos anos 30,
quando Paulo da Portela, Cartola,
Carlos Cachaça, entre outros, ensinavam samba para os moradores
do morro. Em 1935, Getúlio Vargas
oficializou os desfiles. Na década
de 60, depois do sucesso do restaurante Zicartola, muitos sambistas
retomaram o samba dos anos 30 e
passaram, junto com o CPC da
UNE, a fazer uma arte voltada aos
interesses da renovação política. O
morro e o sertão estavam de novo
em cena, surgiram os festivais,
Chico Buarque, Edu Lobo, Geraldo
Vandré. E o tropicalismo, fazendo
uma arte universal.
A história da música urbana brasileira mostra que, apesar de ser fruto da indústria cultural, ela veio de
muito estudo e muita brasilidade.
Mangueira é tradição junto com
emoção. MPB é o que de melhor
temos em nossa cultura. E, se há alguma dúvida, como deixa claro o
autor, sugiro a leitura de "Balanço
da Bossa e Outras Bossas', de Augusto de Campos, em que se coloca
a qualidade técnica da bossa nova.
MPB é de qualidade, sim. Não sou
radical. É sempre ótimo ver a música brasileira tocando no exterior.
Mas até agora ninguém conseguiu
me provar que axé é samba e que
esse "pagode' é pagode."
Maria Clara Wasserman, historiadora especialista em música brasileira (via e-mail)
A novela da carteirinha
"Estou no terceiro colegial e todo
começo de ano é a mesma novela:
todo mundo com o material necessário e com o dinheiro, que não é
pouco, sendo entregues na secretaria para a aquisição da carteirinha.
Tudo certo, mas os meses passam,
e a SP Transportes informa na cara
de pau: "Não temos data de entrega
da carteira de passes'. Um absurdo. Enquanto isso, a Umes fica
quietinha, nos deixando sem entender para aonde vai a grana da
carteirinha! E essa tal lei de acabar
com a meia entrada.... Uma vergonha! Umes, mostre a sua cara!!"
Julia Tavares de Oliveira, 17 (São
Paulo, SP)
²
resposta "A carteirinha agora é
um cartão magnético, e essa mudança gerou alguns atrasos, mas
até o final da próxima semana serão entregues cerca de 100 mil. A
Umes custeia a digitação, a confecção e a entrega dos cartões. Além
disso, auxilia os grêmios estudantis, promove cursos gratuitos (como o de informática, para 6.850
alunos) e mantém teatro com programação gratuita, por exemplo."
Pedro de Campos Pereira, presidente da Umes
Aos poucos lúcidos
"Bom, agora que o Carnaval já passou (mesmo) e todo mundo está
sóbrio, a pergunta pode ser feita de
novo: onde diabos está a crise?!!!
Temos um Nordeste faminto, os
sem-terra, o problema da dívida
dos Estados, uma economia afetada pela ditadura do dólar e da incompetência de um presidente-fantoche e ainda assim temos a coragem de comemorar?!
As "escolas' de samba gastam perto
de um milhão de reais cada uma
em fantasias, carros enfeitados e
mulheres peladas, enquanto assistimos o FMI invadir o Brasil pela
porta da frente e o déficit interno/
externo aumentar a cada minuto
que passa.
Onde está o senso de realidade da
população?! Deve ter ido pras cucuias, como se diz por aí. Cabe a
nós, poucos cidadãos lúcidos que
ainda existem, nos rebelarmos
contra essa asneira carnavalesca."
Caio Abramo (e-mail:
elxheik@hotmail.com)
²
Folhateen: al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São
Paulo, SP, CEP 01202-900. Mande seu nome completo,
idade, endereço e telefone. E-mail:
Folhateen@uol.com.br
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