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A carreira do presente e do futuro
THALES DE MENEZES
da Reportagem Local
Desenvolver hardware, criar e
implantar programas em empresas e administrar os sistemas para
extrair deles o máximo. Para isso é
preciso aprender a forma como o
computador "pensa". Conhecer os
conceitos básicos que norteiam a
criação de qualquer programa e,
assim, estar preparado para compreender as novidades que aparecem no mercado.
Preencher esses requisitos parece um projeto de vida ambicioso,
mas quem consegue tem a recompensa de encontrar emprego facilmente e receber salários invejáveis.
Mercado em expansão acelerada, a
área de informática tem carência
de profissionais que consigam extrair o máximo do relacionamento
entre o hardware e o software.
A melhor forja desse tipo de profissional é a faculdade de ciência da
computação. Os poucos cursos em
escolas brasileiras (veja quadro
nesta página) não suprem a necessidade do mercado no país. E no
mundo. Estudo do instituto International Data Corporation mostra
que os EUA precisam de mais 772
mil profissionais no setor este ano.
"A taxa de emprego dos nossos
formandos é de 100%. Só fica desempregado aquele que deseja estender suas férias um pouco mais
ou quer fazer uma pós-graduação", conta Carlos Eduardo Ferreira, coordenador do curso do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e
Estatística da USP (IME-USP).
"Há egressos do nosso curso trabalhando nas mais diversas áreas, incluindo hardware, produção de
software básico, desenvolvimento
de aplicativos para automação industrial e comercial, área administrativa, marketing e até mesmo na
área acadêmica."
O grande número de autodidatas
no mercado de informática, que é
um mercado novo, preenche quadro de funcionários, mas deixa
descobertas posições fundamentais nas empresas.
"A carência no setor é geral",
avalia Caio Túlio Costa, diretor-geral do Universo Online (UOL)
-serviço de acesso e informação
na Internet dos grupos Folha e
Abril. "Falta gente para criação de
hardware, para bolar um chip, por
exemplo. E pessoas capazes de desenvolver software e administrar
os diferentes sistemas. Mais do que
isso, falta quem possa congregar
essas múltiplas capacidades e tenha uma visão editorial aplicada à
Internet."
Alon Feuerwerker, diretor de publicidade e comércio eletrônico do
UOL, aponta que esse profissional
é vital para qualquer tipo de empresa. "Quem não atingir o máximo desempenho na relação com os
consumidores e na vida interna de
sua empresa fica em desvantagem.
É preciso extrair esse desempenho
da informática", diz.
O curso de ciência da computação quer dar a seus alunos uma sólida base conceitual de informática, sem ênfase em programas específicos. "O tipo de preparo dado
pelo curso é muito raro, pois a
preocupação por aí é cada vez
maior em ensinar linguagens de
programação e sistemas operacionais, que com o tempo acabam desaparecendo ou mudando, enquanto a base lógica e matemática
ensina basicamente a pensar e a estar preparado para todo tipo de
mudança", explica Reinaldo
Lepsch Neto, 32, ex-aluno do IME-USP.
A preocupação não é formar apenas um profissional que o mercado
quer "hoje", mas sim aquele que
terá sucesso "amanhã". Os professores gostam de dizer que a ciência
da computação ensina o aluno a
aprender. Quem encara essa carreira deve ter consciência de que
sua vida profissional implica estudar, ficar atualizado e aprender.
Antes da Internet, o mercado era
mais segmentado. Cada empresa
usava apenas programas específicos, recomendados para sua área
de atuação. A rede integrou sistemas e tornou mais ágil a captação
de novas tecnologias.
Conduzindo o estudo da informática de forma quase filósofica, a
ciência da computação deixa o
profissional mais apto a assimilar
o lado mídia da Internet, "a encontrar novos meios de interagir", segundo Fábio Tagnin, gerente de
tecnologia de publicidade eletrônica do UOL.
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