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Álvaro Pereira Júnior
MC5, o som da discórdia
Festival mundial Live 8.
Alguns dos maiores astros da música pop se
unem para ajudar países
pobres do planeta. Causa
à prova de críticas, certo?
De jeito nenhum, pelo menos se
você ouvir Wayne Kramer, o lendário guitarrista do MC5, uma das
bandas mais incendiárias de todos
os tempos. "Que diferença fez o Live
8? Quase nenhuma. Na verdade,
achei humilhante os países africanos verem aqueles roqueiros milionários posando de preocupados."
Kramer mandou essa farpa em
conversa telefônica com "Escuta
Aqui", na semana passada, já se preparando para vir tocar em São Paulo, dia 13, no festival Campari Rock.
O guitarrista Kramer, que vai fazer
58 anos, mantém a atitude iconoclasta do MC5, banda que durou de
1964 a 1972 e foi reformada há dois
anos, com três dos músicos originais. Além dele, o baixista Michael
Davis e o baterista Dennis Thompson (os outros dois, Rob Tyner e
Fred "Sonic" Smith, morreram, respectivamente, em 1991 e 1994, ambos de ataque cardíaco).
Hoje, o MC5 se apresenta com vários cantores convidados. Quem deve vir ao Brasil é o figuraça Mark
Arm, vocalista do Mudhoney, banda conterrânea e contemporânea do
Nirvana. E mais um outro convidado especial, que Kramer não entrega: "Não
vou dar nenhuma dica e ponto."
O MC5 levou às últimas conseqüências o envolvimento do rock com política.
Eles tinham um guru intelectual, John Sinclair, fundador da organização radical
Panteras Brancas (que se espelhava nos igualmente contestadores Panteras Negras, da Califórnia). O alvo, é claro, era o envolvimento americano na Guerra do
Vietnã, assunto de enorme apelo entre os jovens da época.
Embora, ao longo dos anos, os músicos do MC5 tenham manifestado arrependimento por se meter tanto em política, Kramer diz agora que a música de sua
banda nunca esteve tão atual. "O fascismo do governo Bush é do tipo que vem
disfarçado, embrulhado na bandeira americana -mas é fascismo do mesmo
jeito." E, para combater essa hipocrisia de estrelas e listras, nada melhor do que
as canções do MC5.
"No palco, nosso desempenho é de alta energia. Nosso negócio é tocar ao vivo.
Somos músicos de verdade, e não seguimos roteiros. Cada show é um show."
OK, Wayne. A gente fica na espera.
PLAY - "Sin City"
Já falei desse filme, que volta ao
"play" porque estréia no Brasil. Todos os recursos técnicos do século
21 à disposição de histórias a serem
contadas.
PLAY - "Employment",
Kaiser Chiefs
Outro que já elogiei, e agora ganha
novo "play" porque sai no Brasil. Da
nova geração britânica -pior do
que Bloc Party, melhor do que Libertines.
EJECT - "Acústico MTV
Bandas Gaúchas"
Ganhou "eject" quando era só uma
idéia, volta ao "eject" agora que é
um pesadelo materializado.
Tortura.
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