São Paulo, segunda-feira, 01 de outubro de 2001

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ESPORTE

Prancha é movida por uma pipa e exige menos vento que o windsurf

Kitesurf mistura velocidade e malabarismo

KEITE CAMACHO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Radical é a palavra que melhor descreve esse esporte, recente no Brasil, que está virando a cabeça de surfistas, skatistas, praticantes de windsurf e wakeboard.
No kitesurf, criado na França há cerca de 30 anos, surfar e velejar em alta velocidade são atividades que se completam, em meio às manobras, giros e saltos, que aqui alcançam 20 m de altura mas, no Havaí, por exemplo, chegam a 50 m.
Com uma prancha e o que chamam de pipa ou kite (que lembra um pára-quedas, inflado em uma das extremidades), o kitesurfer consegue invadir a praia dos outros esportistas, com ventos de apenas oito nós, equivalente a 14,8 km/h.
Essa foi a alternativa encontrada pelos próprios surfistas, quando as ondas não eram boas, por praticantes de windsurf, que dependem de ventos mais fortes, e de wakeboard, por dispensar a lancha.
Para o catarinense Roberto Veiga, 22, o Pulga, o que surgiu como uma opção virou esporte principal. "No início, foi uma alternativa para quem praticava o windsurf, como eu, já que o kite não precisa de tanto vento. Hoje, é a primeira escolha."
Pulga ficou em terceiro lugar no Desafio Brasileiro de Kitesurf, o primeiro campeonato brasileiro oficial do esporte, realizado nos dias 25 e 26 de agosto, em Araruama (115 km do Rio). À frente de Pulga, ficou o campeão Marcelo Cunha, 24, mineiro radicado no Rio, e, em segundo lugar, o carioca Rafael Martinez, 28, conhecido como Pipoca.
Desde janeiro, a Associação Brasileira de Kitesurf (ABK), com sede no Rio, passou a regular o esporte, dando mais segurança aos praticantes e aos banhistas. Entre as normas, estão: respeitar as áreas demarcadas para a decolagem da pipa, não colocar as mãos nas linhas e, aos principiantes, o uso obrigatório de coletes salva-vidas.
Para os que querem se aventurar no esporte, José Carlos Guimarães, vice-presidente da associação, aconselha a procura de instrutores. Segundo ele, o kitesurfer precisa ter noção da direção do vento e aprender a controlar a prancha e a pipa. O que geralmente acontece com dez horas de prática.
De acordo com o presidente da ABK, Ricardo Orenstein, três ou quatro aulas são suficientes para quem quer começar a praticar o esporte. O pacote (com o equipamento incluído) costuma variar de R$ 200 a R$ 300, mas cada professor tem seu preço. A associação não se responsabiliza pelo instrutor.
As páginas www.kitenews.com.br e www.abk.com.br contêm informações sobre o esporte. Para tirar dúvidas ou se informar sobre instrutores, basta acessar a seção fórum do site da ABK.


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