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BALÃO
Dois paranás, dois brasis, dois quadrinhos
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Há um bom tempo os artistas do quadrinho nacional vêm vivendo um dilema, coisa de pai e filho. De um lado, os
grandes cartunistas e desenhistas do passado, que continuam muito bem, obrigado, no presente. Do outro lado, uma nova leva de artistas que não consegue lá
um bom espaço pelas vias tradicionais
(revistas, jornais, editoras...) e resolve arregaçar as mangas e produzir seu material de modo independente.
É o caso da curitibana Candyland, por
exemplo. Cansado do rótulo de fanzineiro, Guilherme Caldas começou a desenhar em outros suportes: fez camisetas
com quadrinhos, ilustrou capinhas de
CDs, inventou histórias "em cubinhos" e
imprimiu trabalhos de artistas que admira até em cortina de banheiro. Ganha
uns trocos com isso e está feliz.
Na outra margem do Paraná, nasceu
neste final de semana, graças aos mesmos heróis do passado, um dos maiores
salões de humor do país. Com convidados como Gilbert Shelton e o argentino
Carlos Nine, o 1º Festival Internacional
de Humor Gráfico das Cataratas do
Iguaçu distribui em prêmios algo que daria para pagar a impressão de todo o catálogo da Candyland e sobrar. Mas não
interessa a Caldas -nem a tantos outros
que querem andar com pernas próprias.
Atitudes louváveis ambas. Uma só pergunta: não estaria na hora de unir as
duas pontas, dar novo fôlego aos salões e
visibilidade maior aos independentes?
@ - balao@folha.com.br
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