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São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2003

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BALÃO

Dois paranás, dois brasis, dois quadrinhos

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Há um bom tempo os artistas do quadrinho nacional vêm vivendo um dilema, coisa de pai e filho. De um lado, os grandes cartunistas e desenhistas do passado, que continuam muito bem, obrigado, no presente. Do outro lado, uma nova leva de artistas que não consegue lá um bom espaço pelas vias tradicionais (revistas, jornais, editoras...) e resolve arregaçar as mangas e produzir seu material de modo independente.
É o caso da curitibana Candyland, por exemplo. Cansado do rótulo de fanzineiro, Guilherme Caldas começou a desenhar em outros suportes: fez camisetas com quadrinhos, ilustrou capinhas de CDs, inventou histórias "em cubinhos" e imprimiu trabalhos de artistas que admira até em cortina de banheiro. Ganha uns trocos com isso e está feliz.
Na outra margem do Paraná, nasceu neste final de semana, graças aos mesmos heróis do passado, um dos maiores salões de humor do país. Com convidados como Gilbert Shelton e o argentino Carlos Nine, o 1º Festival Internacional de Humor Gráfico das Cataratas do Iguaçu distribui em prêmios algo que daria para pagar a impressão de todo o catálogo da Candyland e sobrar. Mas não interessa a Caldas -nem a tantos outros que querem andar com pernas próprias.
Atitudes louváveis ambas. Uma só pergunta: não estaria na hora de unir as duas pontas, dar novo fôlego aos salões e visibilidade maior aos independentes?


@ - balao@folha.com.br


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