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INTERNETS
Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com
Meganicho
Já foi em algum evento de animê? Já viu algum concurso de cosplay, em que os participantes disputam
quem está melhor caracterizado como seu personagem favorito, de games ou de desenhos japoneses?
Se a resposta é não, você está perdendo uma das festas
mais legais que existem hoje em todo o Brasil. Há muito
tempo, o fenômeno é gigantesco.
Em São Paulo, os eventos atraem muitas vezes 50 mil
pessoas. No fim de semana passado, assim de bobeira,
havia 6.000 pessoas no Rio Anime Club.
O que acho legal das festas de animê é que elas espelham muito a cultura da internet. Cada participante faz
parte do show. Todo o mundo é espectador e atração
principal ao mesmo tempo. É tão legal ver quem está
passeando pelo evento, muitas vezes caracterizado,
quanto qualquer atração no palco. E, apesar de reunir
tanta gente, a divulgação é feita toda por uma espécie de
marketing de guerrilha, por redes sociais, MSN e muito
boca a boca. Quase nada aparece na mídia tradicional.
É bobagem tratar esse fenômeno como nicho. Ele é
uma das manifestações de cultura pop mais fortes que
se pode encontrar hoje no mundo todo.
É também uma vitória da política cultural do Japão,
que vem investindo recursos governamentais importantes na disseminação do Japão "pop", um modelo que
deveria ser copiado aqui no Brasil.
No ano passado, um dos eventos de animê trouxe ao
Rio o diretor da TV Tóquio, Keisuke Iwata, responsável
pelo sucesso de "Naruto" e de "Pokémon" . Havia alguns
milhares de garotos e de garotas assistindo à palestra
dele. Mas não havia nenhum executivo de mídia, ninguém de agências de publicidade ou da TV brasileira.
O mesmo aconteceu quando vieram ao Brasil há alguns
dias o ex-vice-presidente da Electronic Arts e um dos criadores do jogo Duke Nukem, sem nenhuma repercussão.
São pessoas que fazem a cabeça de milhões de pessoas
em todo mundo (Naruto é uma das dez palavras mais
procuradas na internet há alguns anos). Para quem se
importa com cultura jovem, não tem desculpa, é obrigatório ficar de olho.
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Cultura pop japonesa como nicho
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Cultura pop japonesa como meganicho
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Visita das embaixadoras Kawaii ao Brasil no fim de novembro
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