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Álvaro Pereira Júnior - cby2K@uol.com.br
Ensino particular, circo e zoológico
Não foi o vestido, afinal nem tão curto. Foi o tamanho da multidão o que mais me impressionou
nos vídeos do YouTube sobre a aluna hostilizada
numa universidade paulista na semana passada.
Enquanto a estudante de turismo sai da faculdade escoltada por PMs, a câmera sobe e mostra uma cena dantesca: como numa arena romana, milhares de alunos
berram e gesticulam.
O mundo do ensino "universitário" privado brasileiro,
especialmente à noite, é um amálgama triste de circo
com zoológico.
Estão lá filhinhos de papai que poderiam estudar numa faculdade melhor, mas por burrice e/ou preguiça acabaram em alguma boca de porco, período noturno. Estão
lá as pessoas de classe média/média baixa que fizeram
com sacrifício os ensinos básico e médio, ganharam uma
formação cheia de falhas e agora veem numa faculdade
de quinta categoria e chance de um diploma superior.
Estão lá também as exceções das exceções, alunos com
bom potencial, que sentam na frente, estudam, tentam
se motivar -mas são solapados pela mediocridade geral
do ambiente e pelas necessidades imediatas da vida real.
Eu podia arriscar aqui comentários rasos sobre psicologia de massa, podia tentar falar de moralismo e de falso moralismo. Podia tentar entender por que uma aluna
de vestido mais ou menos curto fez disparar tamanha
reação de ódio em cadeia.
Mas prefiro focar na cena da multidão, naquele momento animalesco. Como uma universidade pode ter
tantos alunos assim? Que tipo de ensino esses caras recebem? Será que dá para chamar de ensino? Um diploma
obtido desse jeito, e num lugar desses, vale tanto assim?
Perto de casa, há uma universidade desse naipe. No começo e no fim das aulas, as ruas são tomadas pela horda
de estudantes. Não há, literalmente, espaço para os carros passarem. Nessa universidade, minha vizinha, existe
até curso de medicina. Como dizem no Twitter: #medo.
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Sessão nostalgia. Olha que tem um saxofone, mas assim mesmo vai. Rock grooveado, certo?
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Se o padre Fábio de Melo tivesse uma banda de rock, seria o Creed. Jeeeee-sus!
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