São Paulo, segunda-feira, 03 de julho de 2000


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02 NEURÔNIO
Já faz um tempão que a gente perdeu a virgindade. Na verdade, faz muito tempo mesmo. Mais de dez anos (cadê o meu creme Ponds?). Mas ainda guardamos lembranças. Prova de que a primeira vez é mesmo inesquecível. E resolvemos contar tudo (ou quase tudo) para vocês!


JÔ HALLACAK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO
COLUNISTAS DA FOLHA

MINHA PRIMEIRA VEZ FOI UÓ

Eu e a minha amiga tínhamos combinado que resolveríamos aquele "problema" ainda naquele ano. Uma vez jogamos I Ching. "Por favor, I Ching, será que eu vou conseguir perder a virgindade?" Não lembro da resposta, mas sei que conseguimos. Para isso, apelamos para homens de quem não gostávamos mais nada, nada. Ela transou alguns meses antes de mim, com um namorado idiota. Eu transei com um ficante por quem eu não sentia absolutamente nada. Mas a questão principal era se livrar daquele problema.
Sim, para muitas meninas, a virgindade vira um problema. Eu tinha 17 anos e não queria pagar o mico de ser virgem com os caras mais legais que eu conhecia. Era tipo assim: eu tenho um problema grave e preciso me livrar dele para levar uma vida normal! Como foi? Foi uó. É claro. Doeu, foi difícil, quase desisti. Só não amarelei porque tinha aquele objetivo em mente: esse ano eu consigo perder a virgindade.
No dia seguinte, me senti muito normal, como se nada tivesse acontecido. Na verdade, eu estava bem aliviada. Não foi ótimo. Foi ruim. Mas também não traumatizou. O que enche o saco é toda essa idealização em cima da primeira vez. As revistas dizem que você verá fogos de artifício e que nunca mais será a mesma
Mas, na verdade, não é isso que costuma acontecer. Mesmo as minhas amigas mais românticas - aquelas que não eram tão práticas como eu apareciam no dia seguinte com uma certa cara de decepcção, falando que tinha sido rápido demais, que tinha doído. Mas passou. E dá para suportar o sacrifício sem traumas. É só pensar em como começará a ser depois da décima vez!

AOS 45 DO SEGUNDO TEMPO

A prova de que perder a virgindade não é o maior acontecimento na vida de uma pessoa é que, passados tanto anos, eu nem me lembro direito. Como era o nome dele mesmo? Dããã, claro que eu me lembro, pois namorei ele um tempão! Também me lembro da situação. Mas não é daquelas memórias que você fica relembrando como, por exemplo, como foi a primeira vez que você se apaixonou pra valer. Então, vou usar este espaço para falar do meu "Método para fazer batatas de forno iguais as da Batata Inglesa". Não pode? Tem que contar como foi? Putz!
Ele era um pretê recente, eu tinha 17 e estava cansada da minha pureza (é, isso é bem comum). Então, um dia, no carpete do seu quarto, na casa dos seus pais que estavam viajando (bem comum) a gente estava quase transado e daí.... bem, eu resolvi explicar a situação pro sujeito. Disse algo idiota como "sabe o que é, eu sou virgem!". Não que dizer isso seja idiota (ser virgem não é idiota). Mas dizer isso deitada num carpete com alguém por cima de você, sem roupa, aos 45 do segundo tempo... é totalmente idiota! Ele levou um susto. "Como assim, virgem?", disse, chocado.
Hum... passado o momento patético em que tive que explicar o significado da palavra virgem para um rapagote nu, transamos. E sujamos o carpete de sangue (bem comum). E depois nos desesperamos tentando arrumar um produto para tirar o sangue do carpete, pois senão ele ia levar bronca da mãe! Bem, tudo isso é bem comum pois o mundo é feito de pessoas comuns! E em outra oportunidade eu conto o segredo da batata!

EU TENTAVA, TENTAVA, ATÉ QUE CONSEGUI!

Isso mesmo, eu tentei perder a virgindade várias vezes, antes do acontecimento final! Tinha decidido que 15 anos já era idade mais do que suficiente pra transar. O problema é que eu não tinha namorado, o que tornava a operação um pouco mais complicada.
O jeito foi apelar para os ficantes. Mas toda vez que ia rolaràeu desistia. Ou achava que o cara era um bolha, ou estava doendo, ou eu resolvia deixar pra mais tarde. E eles ficavam com raiva, lógico, principalmente porque eu não contava que era virgem. Imagina, eles iam ficar todos convencidos.
Até que eu arranjei um pretê bem melhor do que os outros. Ele era roadie de uma banda famosa (e isso nos anos 80 era tudo!). Daí foi. Não doeu muito, também não foi sensacional e não saiu aquele sangue todo. Mas foi legal, eu curti.
O menino não sabia que eu era virgem (deve ter desconfiado, ou pensado que eu era muito ruim de cama). Mas vai saber agora! Ainda bem que o texto não é assinado.


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