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teatro
Deixe sair o ator que vive dentro de você
Lígia Cortez fundou há 15 anos a Casa do Teatro, que tem curso livre
LUCIANA CASSAS
da Reportagem Local
Para quem quer dar vazão a sua
veia dramática, há vários cursos
de teatro em São Paulo. Livres, básicos ou profissionalizantes, todos
têm propostas diferenciadas para
arrancar o ator que vive dentro de
cada um. E nem é necessário virar
profissional' para sentir o frio na
barriga diante do público. Vários
cursos básicos incluem montagens de peças.
O Teatro-Escola Macunaíma
promove anualmente um festival,
aberto ao público, para divulgar os
trabalhos dos alunos. Seu curso
básico usa jogos teatrais para criar
situações, onde o aluno improvisa
e desenvolve o imaginário.
O básico do Studio Cristina Mutarelli segue, a princípio, a mesma
linha. Inclui montagem e o ator
em potencial descobre formas de
expressão, por meio de jogos dramáticos e exercícios de improvisação. "O diferencial é que ele
aprende a buscar fisicamente a
emoção e chega mais rapidamente
ao ponto. Se uma pessoa ficar na
postura de choro, ela se emocionará. A musculatura recorda coisas que o psicológico não lembra",
compara a atriz Cristina Mutarelli.
Após o bê-a-bá, o Studio oferece
o curso de montagem teatral, com
um diretor atuante no mercado.
"As aulas instrumentalizam o
aluno a se virar, independente de
onde e com quem está. Sua interpretação não fica com a cara do
diretor", fala.
Lígia Cortez, seguindo os passos
da mãe, Célia Helena, é outra atriz
que aposta na formação de novos
talentos e fundou há 15 anos a Casa do Teatro.
Lá, os aspirantes são divididos
por faixa etária e, além das aulas
de teatro, têm a opção de aprender
esgrima, dança e arte circense. O
curso livre, que inclui montagem e
uma aula semanal, usa textos da
dramaturgia universal, como Molière e Shakespeare.
"Não fazemos grandes exigências a não ser a de que o aluno participe. Os mais tímidos não se
constrangem. Se eles não quiserem interpretar podem participar
fazendo o figurino ou a iluminação, por exemplo", afirma Lígia.
Já o básico da escola do ator
Ewerton de Castro, com montagem no fim do semestre, tem carga
horária maior, de 20 aulas semanais. Os alunos aprendem expressão corporal e vocal, análise e interpretação do texto teatral e história das artes cênicas, partindo da
Grécia e chegando a Shakespeare.
"A linha empregada é a de Stanislavsky, que ajuda o aluno a ser
natural e a convencer o espectador", fala Ewerton de Castro.
Na escola dele não se entra sem
teste. O candidato faz duas cenas,
uma dramática e outra cômica,
uma redação e depois passa por
uma entrevista.
Quem está a fim de se profissionalizar no teatro tem que encarar a
seleção. Na escola Célia Helena há
exame escrito e de expressão corporal, além da leitura de um texto.
A escola, como a Casa do Teatro,
segue metodologia própria para
buscar uma interpretação natural,
com base em Stanislavsky.
Na EAD (Escola de Arte Dramática da USP), o aluno, que deve ter
mais de 18 anos, também conhece
diferentes técnicas expressivas.
Além da seleção, que acontece
em novembro, o futuro ator encontra muito trabalho e quase nenhuma folga. As aulas são de segunda a sexta, e há apresentação
de montagens nas férias e feriados.
Tanto esforço não deve desencorajar quem quer viver de personagens. Marisa Orth, Aracy Balabanian, Eliane Giardini e Paulo Betti
são alguns dos bambambãs que
saíram da EAD.
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